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Leila Moura

quinta-feira, 5 de março de 2015

A CLASSIFICAÇÃO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO ESTÁ SE MODIFICANDO

A CLASSIFICAÇÃO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO ESTÁ SE MODIFICANDO

Desde a descrição dos sintomas do Transtorno Desintegrativo da Infância, do Transtorno do Espectro do Autismo e dos sintomas da Síndrome de Asperger, muito se aprendeu e muito de discutiu sobre as manifestações e abrangências dessas condições. O progredir do conhecimento é contínuo e com isso, periodicamente ocorrem revisões e modificações na sua classificação. O Transtorno do Espectro do Autismo, a síndrome de Asperger, a síndrome de Rett e outros quadros com caracteres afins, foram englobados em um grupo chamado de “distúrbios invasivos (pervasivos) do desenvolvimento”, depois denominado “Transtornos Globais do Desenvolvimento”.
Os sistemas mais frequentemente utilizados e mundialmente reconhecidos para o diagnóstico e classificação são justamente o CID (Classificação Internacional de Doenças) e o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria).
Atualmente o CID, na sua 10ª revisão (CID-10), coloca entre os Transtornos Globais do Desenvolvimento, o Transtorno do Espectro do Autismo Infantil, o Transtorno do Espectro do Autismo Atípico, a Síndrome de Rett, o Transtorno Desintegrativo da Infância, o Transtorno com Hipercinesia e Movimentos Estereotipados, a Síndrome de Asperger e os Transtornos Globais não Especificados do Desenvolvimento. Cada uma dessas síndromes apresenta características próprias, que as definem e as distinguem umas das outras (mas também com algumas características em comum).
O DSM-IV considerava entre os Transtornos Globais do desenvolvimento, praticamente os mesmos transtornos listados no CID 10, ou seja, havia certa concordância entre os sistemas classificatórios.
Ocorre que recentemente o DSM passou por uma nova revisão, originando o DSM-V. Nesta revisão, a Associação Americana de Psiquiatria ainda mantém quadros diagnósticos separados, mas passou a discutir e considerar que essa classificação “separada” não seria a mais própria para a compreensão e a orientação terapêutica, sugerindo que os transtornos antes “separados”, seriam na verdade um “continuum” dentro da chamada “Desordem do Espectro Autista”. Considerou ainda, que a Síndrome de Rett possuía características distintas desse grupo e a reclassificou em outra categoria à parte.
Por sua vez, o termo “espectro autista do comportamento” surgiu para se referir a indivíduos que apresentavam alguns dos sinais do autismo. Posteriormente, reduzido para “espectro autista” e depois para “transtorno do espectro autista” (TEA), passou a ser utilizado para englobar o autismo, propriamente dito, além da Síndrome de Asperger e o transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação. Atualmente discute-se (até sugere-se), como no DSM-V, que o TEA deveria englobar um “continuum” sintomático, desde os casos mais leves (como ocorre em diversas pessoas funcionais na sociedade, que se adaptaram aos seus sintomas), até aqueles onde as manifestações são severas (como no autismo propriamente dito).

Utilizamos, por necessidade e orientação do SUS, a classificação como se apresenta no CID-10. Pelas atuais discussões, porém, esta em suas próximas revisões deverá se aproximar gradualmente das concessões que incorrem no atual DSM-V. As futuras classificações modificariam, novamente, a abrangência do diagnóstico do TEA.

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