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Leila Moura

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Síndrome de Down - Habilidades fundamentais para a linguagem


Habilidades fundamentais para a linguagem

São as habilidades visuais, auditivas, táteis, motoras, cognitivas e o conhecimento referencial. De acordo com pesquisas, existe uma hierarquia organizada dos níveis de integração sensorial. A criança progride das habilidades táteis para as visuais, então para as auditivas, e só então está pronta para dominar as habilidades cognitivas e de linguagem (Ayres, 1980).
Habilidades táteis, visuais e auditivas nos ajudam no caminho para fala e linguagem (Ayres e Mailloux, 1981). Elas nos auxiliam a aprender sons e palavras, nos habilitam a estabelecer feedbacks entre os olhos ouvidos, boca, lábios, língua, maxilares e o cérebro. Uma vez estabelecidas estas relações, podemos perceber se os fonemas e palavras soam e parecem certos para nós.

Habilidades de atenção
Atenção significa ser capaz de focar-se em uma pessoa, objeto, ou evento. Em bebês, observamos esta habilidade quando ele fica atento ao rosto de seus pais e escuta atentamente os sons de seu ambiente (Kumin, 1994).

Habilidades visuais
As habilidades visuais sobre as quais a linguagem se constrói são a recepção visual, contato ocular, olhar recíproco, atenção visual, localização visual e referente ocular (olhar referencial) (Kumin, 1994).
Recepção visual: é a habilidade de usar o sentido da visão, ou seja, uma combinação do que se vê e a habilidade de entender o que se vê. As Diretrizes de Saúde à Pessoa com Síndrome de Down do Ministério da Saúde recomentam a realização de exames oftalmológicos para investigar possíveis problemas que possam prejudicar a recepção visual.
Olhar recíproco: é o contato ocular, eu olho para você e você olha para mim. Devido ao baixo tônus muscular e dificuldades visuais, pode ser necessário proporcionar maior sustentação para a cabeça e pescoço e para compensar eventuais problemas visuais. Crianças com SD aprendem bem o contato ocular, que é base para aquisição de fala e linguagem pela observação e o olhar, bem como no contato ocular durante as futuras conversações.
Atenção visual: para aprender conceitos de linguagem, a criança precisa ser capaz de prestar atenção visualmente a um objeto, a olhar para ele por um longo período de tempo. Assim, uma vez que a criança consiga olhar para você, olhar para um objeto, e seguir um objeto em movimento, é importante mantê-lo olhando e prolongar o tempo do olhar.

Localização visual: ou acompanhamento visual. Capacidade de acompanhar visualmente objetos em movimento e localizá-los com o olhar. Ajuda a criança a aprender sobre o mundo que a cerca.

Referente ocular: significa que o bebê foca um objeto. No começo, o bebê vai simplesmente olhar para o objeto. Reagindo a este olhar, você pode então nomear o objeto. Na segunda fase, do olhar compartilhado, o bebê segue a linha do olhar da outra pessoa, e presta atenção naquilo que a outra pessoa está olhando. O olhar referencial é a base para aprender os nomes dos objetos. Quando uma criança pode olhar para um objeto, pode explorar um objeto, e domina a permanência do objeto, ela está pronta para aprender a palavra relacionada àquele objeto.

Habilidades auditivas
As habilidades auditivas fundamentais para a linguagem são:

Recepção auditiva: crianças com SD têm maior risco de perdas auditivas. São essenciais os controles pediátricos e audiológico periódicos e tratar todo problema auditivo que surgir (Cohen et al., 1999, Roizen et al., 1994, Shott,2000). Alguns tipos de testes podem ser feitos durante a primeira semana de vida do bebê. Otite média serosa – inflamação da orelha média com fluido atrás do tímpano – é o problema mais frequente que interfere na transmissão dos sons, e o resultado é uma perda auditiva condutiva flutuante. É difícil para uma criança aprender a ouvir e discriminar os sons quando ela às vezes ouve, às vezes não (Roberts e Medley,1995).
Atenção auditiva e aumento do tempo de atenção: quando é confirmado que a criança é capaz de ouvir sons ambientais e de fala, a prática de discriminar e atentar aos sons pode começar. Músicas ou fitas gravadas com sons familiares, brinquedos sonoros e jogos manuais com movimentos manuais ajudam. O objetivo é estender o tempo de atenção da criança aos sons.

Localização sonora: capacidade de localizar, de se virar para uma fonte sonora. Esta habilidade pode ser ensinada, desde que a criança tenha uma audição adequada. Uma boa técnica para ajudar uma criança a localizar sons, é sentar em uma cadeira giratória. Alguém toca um sino, ou toca uma música, fora do campo de visão da criança. Diga: “Você ouviu este sino?”. Gire então a cadeira e olhe diretamente para a fonte do som: “Ali está o sino.”A pessoa toca o sino outra vez, agora deixando que a criança o veja, para reforçar a conexão entre o sino e o som. Pratique localização sonora por curtos períodos, várias vezes ao dia (Kumin,1994).

Integração auditiva: é a habilidade de organizar e interpretar estímulos auditivos que incluem sons, fonemas, fala e música. Algumas crianças com SD têm dificuldade na integração auditiva, outras não. A dificuldade pode ser observada em uma variedade de situações incluindo dificuldade em tolerar sons altos, dificuldade em focalizar em mais de um falante ao mesmo tempo, e dificuldade em ouvir uma conversação quando há ruído ambiental.

 Habilidades táteis
O sentido do tato é muito importante para as crianças. Não só as auxilia a estabelecer contatos com pessoas e objetos, como também proporciona um meio de explorar seu mundo. Ao explorar, a criança estabelece laços de feedback que a ajudam a integrar informações sobre os objetos que toca. Crianças pequenas apreciam explorar texturas e podem ser bastante sensíveis ao toque. Elas podem não querer tocar ou ser tocadas (conhecido como defesa tátil). Habilidades táteis podem ser trabalhadas precocemente através de terapias de integração sensorial(Ayres, 1984).

Habilidades de imitação e habilidades motoras
Existem muitas oportunidades para ensinar e praticar imitação, que é uma habilidade básica para aprendizagem da produção de sons e palavras. A prática deve iniciar com imitação motora e evoluir para imitação corporal, imitação oro-motora e imitação de sons de fala.

Habilidades cognitivas
Para o desenvolvimento da linguagem, são importantes aprender alguns conceitos:
Permanência do objeto: é a conscientização de que um objeto ainda existe mesmo que não possa ser visto. Sabemos que uma criança tem a noção de permanência do objeto quando ela procura por um brinquedo escondido ou quando joga um brinquedo e depois procura por ele. Este é um precursor importante do nomear com fala ou sinais, pois sem a noção de objeto permanente, nomear objetos fica sem sentido.
Causa e efeito: é aprender que cada ação tem um resultado ou consequência. Crianças que estão aprendendo sobre causa e efeito gostam muito dos interruptores para acender e apagar luzes e ver o resultado instantâneo. Esta habilidade está intimamente relacionada à atenção comunicativa (Kumin, 1994).

Planejamento: é a compreensão de que um plano de ação é necessário para se atingir um objetivo. Por exemplo, se uma cadeira está na frente da TV, é preciso empurrar a cadeira para ver a TV. A criação de frases (uma habilidade de linguagem expressiva) e certas estratégias para comunicação estão baseadas nesta habilidade cognitiva.

Habilidades oro-motoras:
A hipotonia é comum em crianças com SD. Muitas das dificuldades observadas na inteligibilidade de fala são devidas ao baixo tônus muscular e fraca musculatura de lábios, língua e palato. O objetivo é ajudar a criança a desenvolver a força muscular e o controle da mobilidade oral. Isto pode ser feito com estimulação e com imitação. Exercícios de sucção podem ser utilizados. Usar um espelho para proporcionar feedback visual é bastante produtivo.

Habilidade de planejamento motor
Quando a criança pratica movimentos orais e percebe como produz os movimentos, o cérebro cria um registro, o que auxilia os movimentos a se tornar automáticos. Esta prática é indicada para todas as crianças com SD. Algumas delas têm dificuldade com o planejamento motor para fala, conhecida como dispraxia verbal, que só fica evidente mais tarde no desenvolvimento da criança.

Habilidade de produção de sons
O primeiro som que o bebê geralmente produz é o choro. À medida que se desenvolve, ele amplia a variedade de sons. Riso, resmungo, estalos, gritos são sons produzidos bem cedo. Quando a criança começa a produzir sequências de sons, por exemplo, babababa, mamamama, é chamado balbucio.
No início do balbucio, a criança parece gostar das sensações dos sons e logo começa a aproximar suas emissões aos sons de sua língua nativa. À medida que cresce, a criança começa a produzir mini conversações usando jargão. Isto demonstra entendimento do ritmo e inflexões da linguagem; ela conhece a melodia da linguagem, mas ainda precisa aprender as palavras. Este é o último estágio pré-verbal. Significa que a criança está quase pronta para usar palavras faladas.


quinta-feira, 7 de julho de 2016

O mundo sensorial do espectro do autismo

VIVENDO COM AUTISMO ( O MUNDO SENSORIAL )
O mundo sensorial do espectro do autismo.
Apesar de ser universalmente reconhecida como uma característica do autismo, sensorial ou com excesso de sensibilidade, é frequentemente ignorado. O guia a seguir fornece uma compreensão básica das dificuldades sensoriais que as pessoas com autismo ou Síndrome de Asperger pode ter, e as estratégias que podem ajudar.

Para funcionar e participar do mundo que nos rodeia, precisamos usar os nossos sentidos. Os sentidos fornecem aos indivíduos experiências únicas e nos permitem interagir e se envolver com o resto da sociedade. Eles nos ajudam a compreender o ambiente que nos rodeia e responder dentro dele. Eles desempenham um papel significativo em determinar quais as ações que levamos em uma situação particular. Imagine o que acontece quando um, ou todos os seus sentidos são intensificados ou não estão presentes em tudo, muitas vezes referida como disfunção de integração sensorial. Este é o caso de muitos indivíduos do espectro do autismo. 
Existem várias definições de autismo, mas eles raramente falam de como uma pessoa com autismo se sente. É somente através de histórias pessoais dos próprios indivíduos, que podemos expressar e descrever o que se passa em seu mundo sensorial doloroso. Funções diárias, que a maioria das pessoas tomam para concedido, pode, podem para pessoas com autismo ser negativo e experiências perturbadoras. Comportamentos apresentados por alguém com autismo, muitas vezes, ser uma reação direta à sua experiência sensorial. Por conseguinte, é compreensível porque eles criam rituais, ou têm comportamentos auto-estimulatórios como spinning, batendo e batendo, porque isso os faz sentir que estão no controle e se sentem seguros em seu mundo original.
Integração sensorial 
Ayres (1979, Smith Myles et al, 2000) definiu a integração sensorial como "a organização da sensação de utilização". Trata-se de sensação de viragem na percepção. 
O sistema nervoso central (cérebro) processa todas as informações sensoriais enviados a partir de vários sistemas sensoriais do corpo e ajuda a organizar, priorizar e entender as informações. A partir disso, é capaz de uma ação de resposta: estes podem ser pensamentos, sentimentos, respostas motoras (comportamento) ou uma combinação destes. Durante todo o nosso corpo, temos receptores, que captam a estímulos sensoriais. Nossas mãos e pés contêm a maioria dos receptores. Na maioria das vezes o tratamento da informação sensorial é automática 
Os sistemas sensoriais podem ser divididas em seis áreas. Estes podem ser divididos em duas áreas principais: hiper (alto) e hipo (sensibilidade baixa). No entanto, é importante lembrar que as dificuldades / diferenças podem, alguns indivíduos se enquadram em ambas as áreas.
Sistema do Equilíbrio 
Situado na orelha interna, esta fornece informações sobre onde está nosso corpo no espaço e sua velocidade, direção e movimento, tudo em relação à força da gravidade. É fundamental para nos ajudar a manter nosso equilíbrio e postura. Para um indivíduo sobre o espectro, as dificuldades / diferenças podem ser: 

a-Hipo - a necessidade de balançar, balançar, girar.
b-Hiper- dificuldades em atividades que incluem o movimento, como o desporto dificuldades em parar rapidamente ou durante uma atividade dificuldades com as atividades onde a cabeça não está na posição vertical, ou quando os pés estão no chão.
Sistema da consciência corporal (propriocepção) 
Situado nos músculos e articulações, o nosso sistema de percepção do corpo nos diz que nossos corpos são. Ele também nos informa que as partes de nosso corpo são e como eles estão se movendo. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser: 

Hipo
  • proximidade - de pé muito próximo a outro / não compreensão do espaço corporal pessoal
  • andar pelos cômodos da casa - evitar obstruções
  • esbarrar em pessoas.

Hiper
  • dificuldades com habilidades motoras finas, a manipulação de pequenos objetos (botões, amarrar cadarços de sapatos)
  • movimentos de corpo inteiro a olhar para alguma coisa.
Sistema do Cheiro (olfatório) 
Processado através de receptores químicos no nariz, isso nos diz sobre cheiros em nosso ambiente imediatamente. O olfato é um sentido que é muitas vezes negligenciado e esquecido. É, no entanto, o primeiro sentido que confiamos. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser: 
Hipo
  • alguns indivíduos não têm nenhum sentido de cheiro e não conseguem perceber os odores extrema
  • Algumas pessoas podem lamber coisas.

Hiper
  • cheiros podem ser intensificados e avassaladores problemas com banheiro não gostar de pessoas com perfumes distintos, shampoos, etc
Sistema Visual
Situado na retina do olho e ativado por luz, nossa visão nos ajuda a definir os objetos, pessoas, cores, contraste e limites espaciais. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser: 

Hipo - podem ver as coisas mais escuras, perder os recursos de linha para alguns, podem concentrar-se na visão periférica, pois sua visão é borrada central, outros dizem que o principal objetivo é ampliada e na periferia as coisas tornam-se turva. Percepção de profundidade deficiente - problemas com jogar e pegar, imperícia.
Hiper- visão distorcida ocorre e objetos e luzes brilhantes pode saltar em torno fragmentação de imagens, como conseqüência de muitas fontes focalizando detalhe particular (grãos de areia) mais prazeroso do que olhar para uma coisa como um todo.
Sistema da Audição (auditivo) 
Situado na orelha interna, este informa-nos sobre os sons do ambiente. É o aspecto mais comumente reconhecida de deficiência sensorial. Para um indivíduo sobre o espectro, as dificuldades / diferenças podem ser: 

Hipo -  os sons só podem ser ouvidos com uma orelha, outra orelha ou apenas ter ouvido parcial ou nenhum a pessoa pode não reconhecer sons particular. Gostam de lugares lotados e barulhentos, cozinhas, portas e objetos.

Hiper- 
volume de ruído podem ser ampliadas e em torno de sons distorcidos e confusos incapacidade para cortar sons particulares - dificuldade de concentração eles podem ter um limiar inferior de audição, o que os torna particularmente sensíveis a estímulos auditivos, por exemplo, ouvir conversas à distância.
Sua deficiência auditiva pode ter um efeito direto sobre a sua capacidade de comunicação e também podem afetar seu equilíbrio.
Sistema Tátil
Situado sobre a pele, o maior órgão do corpo, que se refere ao toque, tipo de pressão, nível de dor e nos ajuda a distinguir a temperatura (quente e frio). 
O toque é um componente importante no desenvolvimento social. Ela nos ajuda a avaliar o ambiente em que estamos e nos permite reagir em conformidade. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser: 

Hipo-  tem outros bem; tem alto limiar de dor - dor / temperatura; auto-agredir. Gostam de objetos pesados em cima deles.
Hiper- toque pode ser doloroso e desconfortável e muitas vezes eles vão retirar os aspectos do toque, que pode ter um efeito grave em seus relacionamentos com os outros não gostam de ter tudo nas mãos ou pés dificuldades em escovar os dentes e lavar o cabelo só gosta de certos tipos de roupa ou texturas.
Sistema do paladar 
Processado através de receptores químicos na língua que nos fala sobre diferentes sabores - doce, azedo, amargo, salgado e picante. Os indivíduos, muitas vezes têm dietas restritas, como resultado de suas papilas gustativas são super sensíveis. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser: 
Hipo- gosta de alimentos muito condimentados come de tudo - o solo, a grama, materiais.
Hiper-alguns sabores e alimentos são demasiado fortes e irresistível para elas determinadas texturas também causa desconforto, algumas crianças só comem alimentos suaves, tais como purê de batatas ou gelados.
Sinestesia 
Esta é uma condição rara, separada do autismo, que alguns indivíduos do espectro dizem ter experiência. Isto é, quando a confusão nos canais sensoriais ocorrem. Uma experiência sensorial entra através de um sistema e através de um sistema diferente. Por exemplo, uma pessoa ouve um sistema (som auditivo), mas vê a cores (sistema visual).
As estratégias possíveis 
Uma maior compreensão do mundo sensorial dos indivíduos do espectro permite que você possa ajudá-los a desenvolverem em um ambiente mais confortável. 

As seguintes idéias e estratégias podem ajudar quando se tenta criar um ambiente confortável para um indivíduo sobre o espectro, para evitar a sobrecarga dos sentidos. 
Considerações gerais para lembrar:

  • Conscientização 
    Sabendo que a disfunção sensorial pode ser a razão para o problema, sempre examinar o ambiente.

  • Seja criativo 
    Use sua imaginação para chegar a experiência positiva sensorial e / ou estratégias.

  • Preparar 
    Sempre avisar o indivíduo de possíveis estímulos sensoriais que podem experimentar, por exemplo, lugares lotados.
Terapia de integração sensorial 
Terapia de integração sensorial envolve a exposição leve a vários estímulos sensoriais. O objetivo desta terapia é fortalecer, equilibrar e desenvolver o sistema nervoso central de processamento de estímulos sensoriais.  Delacato (1974), que introduziu o conceito de terapia de integração sensorial, a terapia focada nos cinco sistemas sensoriais - visão, paladar, olfato, audição e tato. Hoje, terapeutas ocupacionais continuam a concentrar-se nestas áreas, bem como incorporar o vestibular e de propriocepção, quando da criação e planejamento de um cronograma de atividades para um indivíduo.
Equilíbrio (vestibular)  
Hipo - incentivar atividades que as ajudam a desenvolver o seu sistema vestibular - cavalo de balanço.
Hiper- decompor as atividades em pequenos passos, de usar pistas visuais como uma linha de chegada ou avisos.
Consciência corporal (propriocepção) 
Hipo- Salão de posição em torno da borda da sala para facilitar a navegação colocar fita colorida no chão para indicar os limites utilizar a regra de curta distância.
Hiper- atividades de segmentação placas de renda.
Cheiro (olfatório) 
Hipo
  • use produtos com cheiro forte como recompensa e para distraí-los de estímulos inadequados, possivelmente com cheiro forte (fezes).
Hiper- uso de detergentes ou shampoos, abster-se de usar perfumes, tornar o ambiente como fragrância livre quanto possível.
visual  Hiper - reduzir a iluminação fluorescente, utilizando lâmpadas de profundidade de cor, em vez óculos de sol criar uma estação de trabalho em sala de aula: um espaço de secretária ou com muros altos ou dividir em ambos os lados para bloquear as distrações visuais da frente e dos lados cortinas blackout.
Hipo- aumentar o uso de pistas visuais.
Audição (auditivos) 

Treinamento de integração auditiva
No início de 1980 o Dr. Guy Berard criou uma máquina que os testes e exercícios indivíduos sistema auditivo. Esta abordagem considera que os comportamentos são uma consequência das dificuldades no sistema auditivo. Ao produzir vários sons, alterando a máquina é capaz de usar seus filtros auditivos para maximizar o volume sem causar desconforto. O objetivo é treinar o sistema auditivo e de equilíbrio que o seu contributo. A investigação sobre esta abordagem é muito limitada. 

A terapia de música 
Os benefícios da musicoterapia tem sido reconhecido, e é frequentemente utilizado com indivíduos do espectro. A terapia de música proporciona aos indivíduos uma oportunidade única para se comunicar, interagir e se expressar. 

Hiper- portas fechadas e janelas - para reduzir os sons externos que têm de lidar prepará-los antes de ir para um lugar barulhento ou situações de lugares cheios tampões para os ouvidos Walkman ou MP3 criar uma estação de trabalho.
Hipo- usar pistas visuais para fazer backup das informações verbais.
Tátil  Hipo- cobertores pesados sacos de dormir.
Hiper- Avise a criança se você estiver prestes a tocar-lhe, sempre aproximar-se dele ou dela de frente. Lembre-se que um abraço pode ser doloroso e não reconfortante gradualmente introduzir texturas diferentes.
  • Aos poucos realize atividades próprias, que lhes permite regular a sensibilidade (por exemplo, escovar o cabelo e lavar).
Salas sensoriais 
Ambientes sensoriais são destinadas a fornecer aos indivíduos a oportunidade de estimular, desenvolver e / ou equilíbrio dos sistemas sensoriais. 
Eles estão localizados principalmente em escolas especializadas que o acesso é bastante limitado. No entanto, muitas famílias optaram por adaptar um quarto em sua casa para criar um espaço de estimulação sensorial ou recarregar. 
Salas ou espaços sensorial pode assumir várias formas, por exemplo branco, escuro, de som, interativo, água ou jardim. Suas principais funções tendem a ser terapêutico, educacional e lazer, tudo em relação ao desenvolvimento. 
Os equipamentos utilizados nos quartos variam dependendo do tipo, função e necessidades do indivíduo a usá-lo. A lista a seguir dá exemplos de equipamentos para fornecer estímulo para todos os sistemas sensoriais. Os estímulos podem incluir uma música suave, almofadas vibratórias, as fibras ópticas, bolas de espelho, tubos de bolha, camas de água, paredes tátil, discoteca luzes e projetores,  para citar apenas alguns. O equipamento pode ser configurado com opções, a pressão de som e movimento que, em seguida, ativa uma parte do equipamento na sala. A criança vem para reconhecer causa e efeito. 
Os benefícios relatados de salas sensoriais vem a apresentar, principalmente a partir de experiências e observações pessoais, pois existem apenas uma quantidade limitada de pesquisa.
Profissionais que podem ajudar 
Terapeuta Ocupacional 
Eles desempenham um papel fundamental nas dificuldades sensoriais por meio de programas e, muitas vezes a adaptação dos ambientes para garantir aos indivíduos ter uma vida tão independente quanto possível. 

terapeuta da fala e linguagem 
Muitas vezes o uso de estímulos sensoriais para incentivar e apoiar o desenvolvimento da linguagem e interação. 
musicoterapeuta 
Usa instrumentos e sons (estímulos auditivos), para incentivar e desenvolver os sistemas sensoriais, principalmente o sistema auditivo.
Exemplos de problemas 
Problema: mastiga tudo, incluindo roupas e objetos

  • Possíveis razões sensoriais 
    Acha relaxante.

  • Possíveis soluções 
    Tubos livre de Látex, palhas.
Problema: Manchando
  • Possíveis razões sensoriais 
    Pode gostar da textura em suas mãos ou ser hipo-sensível aos cheiros.

  • Possíveis soluções 
    Experimente e introduzir materiais similares, tais como geléia, farinha de milho e água.
Problema: se recusa a usar certas roupas
  • Possíveis razões sensoriais 
    Podem não gostar da textura ou pressão na pele.

  • Possíveis soluções 
    Transforme os itens de dentro para fora isso onde não há costura, remover quaisquer etiquetas ou rótulos, que lhes permita usar roupas que são confortáveis por dentro
Problema: Dificuldades para pegar no sono
  • Possíveis razões sensoriais 
    Pode ter dificuldade em fechar os sentidos, em especial, visual e auditiva.
  • Possíveis soluções 
    Use cortinas blackout ou cobertores pesados.
Problema: tem dificuldade em concentrar-se na sala de aula
    • Possíveis razões sensoriais 

    • Pode ter muitas distrações sensoriais, pode ser muito ruidoso (falando, sinos, cadeiras raspando no chão), os lotes de estímulos visuais (pessoas, retratos na parede), também pode encontrar desconforto ao segurar o lápis (pode sentir duro / frio) .

    • Possíveis soluções 
      Posicioná-los longe das portas e janelas, móveis, use na sala para criar uma área livre de distrações ou, se possível, uma estação de trabalho individual, experimente diferentes texturas para tornar o lápis mais confortável.

http://corautista.org/vivendo-o-mundo-sensorial.html

terça-feira, 3 de maio de 2016

Linguagem tatibitate

LINGUAGEM TATIBITATE


"[...] Linguagem tatibitate - É um distúrbio (e também de fonação) em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil. Geralmente tem causa emocional e pode resultar em problemas psicológicos para a criança [...]"

A partir do exposto acima é possível compreender de uma maneira simples o significado da linguagem tatibitate.

Pense na fala da uma criança no processo inicial da linguagem falada.

Quem nunca achou uma gracinha quando a criança diz “qué aca” ou “paca pota” ou ainda “dedê té pincá”?
Lindinho mesmo, não é?
Traduzindo a fala fica assim: “quero água”...”faca corta”.....”nenê quer brincar”.

O que ocorre na linguagem tatibitate é exatamente isso, a fala infantilizada que, infelizmente, é reforçada com a repetição daquele que já se apropriou do modo correto de falar, seja no grupo familiar ou social.

Normalmente repete-se o que a criança diz no mesmo modo, o que faz com que ela vá perdendo oportunidades de aprender a pronúncia correta das palavras.

A criança relaciona, por exemplo, algumas palavras a verbos conjugados no passado. Quando ela diz “trazi” ou “fazi” está associando a “comi”, “bebi” etc.

Não está errada a maneira como ela fala, está sim, precisando ouvir a maneira correta de se pronunciar as palavras.

Deve-se evitar corrigi-la, e sim ensiná-la, a criança não tem culpa de ainda não ter aprendido a falar, mesmo que já tenha 9 anos e fala como um bebê. Inclusive deve-se pensar o que levou a estrutura familiar pensou ao impedir que essa criança se desenvolvesse de forma natural como deveria.
Ao invés de falar da mesma forma que as crianças devem-se repeti-las corretamente.

Quando a criança diz “qué aca” é necessário responder com boa articulação e de preferência, que ela possa visualizar o movimento bucal. Pode-se perguntar a ela: “Você quer água?” ou “É verdade, a faca corta.” ou ainda “Você quer brincar?”

É fundamental que todos os envolvidos no processo de desenvolvimento da criança (família, parentes, escola etc.), estejam atentos a isso.

Realmente quando a criança começa a falar é bonitinho, mas o “bonitinho” pode gerar sérios problemas.

Na fase da alfabetização, por exemplo, poderá ocorrer a manifestação do distúrbio também na escrita, na leitura e deve ser corrigido com delicadeza.

Pelo fato de haver a possibilidade de o distúrbio ter como uma das causas interferência do aspecto emocional deve-se encaminhar o caso a um psicólogo.

Deve-se também encaminhar a um fonoaudiólogo para correção fonética.

Vale ressaltar que esse distúrbio pode causar problemas de aprendizagem, portanto um psicopedagogo poderá auxiliar.

É uma situação que deve como tantas outras, ser bem compreendida e merece atenção e cuidado.

Atenção! No início pode ser visto como característica normal da linguagem, porém se perseverar ao longo do tempo é necessário que haja avaliação de especialistas.

Lembre-se: Pais e Educadores são modelos para as crianças.

ALGUMAS SUGESTÕES PARA PAIS E EDUCADORES AUXILIAREM A CRIANÇA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
(Redação Crescer)

- Promova o diálogo
- Aproveite situações do cotidiano para ouvir o que seu filho está falando e conversar com ele apresentando o nome das coisas. Assim, as palavras ganham significado e são gravadas com mais facilidade.
- Na hora das refeições, fale do prato, da colher, das cores e consistência dos alimentos.
- Aproveite o banho para nomear as partes do corpo e narrar as ações que a criança estiver fazendo: pegar o sabonete, a esponja, jogar água, esfregar a perna.
- Faça comentários sobre a forma e a textura dos brinquedos.
- Conte algo do dia com detalhes interessantes para a criança: o momento em que a vovó telefonou uma coisa que você viu na rua.
- Leia e conte histórias.
- Ouçam e cantem juntos músicas e historinhas infantis.
Noêmia A. Lourenço
Referência:
FONSECA, Vitor - Escola. Quem és tu? Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
ASSUNÇÃO, Elisabete da. COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. São Paulo, SP: Editora Ática, 2002.

http://www.psicopedagogiabrasil.com.br

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Escrita Espelhada

Ana Lúcia Hennemann

Observe a imagem abaixo, percebeu o que aparece na mesma?
xícara  letra espelhada
Óbvio é uma xícara. Os mais detalhistas falariam que a mesma aparece em posições diferenciadas, mas mesmo assim é uma xícara, mesmo estando de cabeça para baixo, com a alça posicionada para direita ou para esquerda.  E foi através desta questão dos objetos que Dehaene (imagem) buscou elementos a cerca da letra espelhada.

Stanislas Dehaene
Conta o pesquisador que seu filho Olivier, por volta de seus 5 anos, iniciou a escrita de seu nome da direita para a esquerda: REIVILO. O pai relata que teve um ímpeto de orgulho, pois imaginou que seu filho fosse capaz de imitar Leonardo da Vinci, mas junto com a euforia veio a ansiedade: - E se o filho estivesse sinalizando indícios de dislexia?
Observe novamente a imagem da xícara colocada anteriormente e tente entender como por exemplo, a letra "q" seria visualizada no cérebro de um indivíduo no início de suas escritas...
Para a aprendizagem da leitura e escrita a criança precisa ultrapassar este estágio do espelhamento e “desaprender” a generalização por simetria, enfim entender que letras como “d” e “b”, são letras diferentes.Também como forma de auxiliar as crianças neste “desaprender da escrita espelho”, atividades tais como a exploração tátil das letras feitas com diversas atividades e materiais:
  • caminhar sobre a letra desenhada com giz no chão;
  • molhar o dedo na água e contornar a letra;
  • manipular letras feitas com lixa, madeira, enfim texturas diferenciadas;
  • pedir para a criança desenhar números e letras no ar, experimentando diferentes dimensões, escrever na parede, no chão;
  • praticar a escrita com os olhos fechados, etc;
  • brincar de saco surpresa: coloca-se as letras dentro de um saco e ela deve através do tato descobrir qual letra é (observação: coloca-se letras feitas de material de diversas texturas coladas em cartolina)
  • alfabeto de gelatina
  • construir letras com diferentes objetos motivadores para as crianças; massa de modelar, argila, e pode-se comprar aquelas forminhas de alfabeto encontradas nos brinquedos de areia para fazer gelatina dentro......qual criança não gostaria de comer uma letra feita de gelatina?
Fontes:
  •  DEHAENE, Stanislas. Os neurônios da leitura: como a ciência explica a capacidade de ler. Porto Alegre: Penso, 2012.


E foi assim, por curiosidade que iniciou as pesquisas em torno da escrita espelhada:
Primeiras descobertas de Dehaene (2012, p.281).

Está constado que todas as crianças do mundo fazem os mesmos erros. Todas passam pelas mesmas dificuldades em discriminar as letras ou palavras de sua imagem espelho. [...] Trata-se aí de um comportamento estritamente normal, que se manifesta em todas as culturas, inclusas as da China e do Japão.

Ele é observado na idade em que a criança produz seus primeiros escritos. Só o prolongamento desse fenômeno além dos 8 ou 10 anos dá razões para inquietar-se. (grifo meu) Nesta idade, com efeito, os erros de inversão em espelho são claramente mais frequentes nas crianças disléxicas, mesmo se eles tendem de modo igual a desaparecer em seguida.

Contudo o autor se sentiu desafiado a descobrir mais, pois como pode uma criança que mal pode segurar um lápis, exibir sem o menor treinamento, uma habilidade superior a de um adulto? A resposta a seu questionamento foi encontrada em mecanismos antigos herdados de nossa história evolutiva.

Para nossos ancestrais esta poderia ser uma função de sobrevivência, enquanto que a detecção de um animal perigoso, inicialmente visto no lado direito, pode ser rapidamente identificado se apresentados do lado esquerdo num outro processo por este processo de simetria. Ou seja, Dehaene, nos diz com isso que podemos identificar um “tigre” vendo ele de perfil direito, mas a simetria de seu plano corporal também pode ser identificada em nosso cérebro se ele se encontra de perfil esquerdo.

Possuir um sistema nervoso simétrico e conservá-lo no curso da aprendizagem apresenta pois dupla vantagem: - a simetria do plano cerebral permite reconstruir as propriedades dos objetos de modo invariante, independentemente de sua orientação esquerda-direita; - mas ela não impede, no entanto, codificar sua orientação no espaço, e nem responder com ações espaciais adaptadas, aí compreendidas as ações assimétricas. (Dehaene, 2012, p.295)

xícara  letra espelhada

Os circuitos visuais da criança, se são aptos a se reciclar a fim de aprenderem a ler, possuem uma propriedade indesejável para a leitura: eles simetrizam objetos. É a razão porque todas as crianças cometem erros, no início de sua aprendizagem, erros de leitura e de escrita espelho. Para elas, as letras b e d não são senão um e o mesmo objeto sob dois ângulos diferentes. (Dehaene, 2012).

letras espelhadas


Sendo que a distinção entre direita e esquerda começa na via visual dorsal (comanda os gestos no espaço). A criança aprende a traçar os contornos das letras e associa os gestos e orientações diferentes de cada um deles. Aos poucos esta aprendizagem motora se transfere à via visual ventral que reconhece os objetos. Dessa forma a simetria é quebrada, sendo que o leitor competente adquire conhecimentos visuais sobre a escrita normal.



quinta-feira, 7 de abril de 2016

HIPÓTESE DE ESCRITA DE UM ALUNO DI

Testagem de um aluno de 13 anos no primeiro atendimento de 2016 na SR

E.E.E.F. ...

Nome do aluno: 0000           DN.:
Nome da Professora:
Turno:                             Turma                      Ano Letivo: 2016
Profª. AEE:

Informe de atendimento da Sala de Recursos a professora da sala regular

            
Este texto tem como objetivo auxiliar na busca por intervenções que favoreçam um melhor aproveitamento do aluno na sua tarefa de ensinar. O aluno 0000, demonstra capacidade cognitiva de uma aprendizagem com sucesso, se estiver com tarefas adequadas ao nível de desenvolvimento de aquisição da escrita.


NÍVEL SILÁBICO-ALFABÉTICO

A criança silábica, à medida que vai verificando a insuficiência de sua hipótese de associar uma letra para cada sílaba oral, amplia o seu campo de fonetização.

Em vez de fonetizar cada palavra, preocupando-se com as sílabas orais como unidades linguísticas, ela inicia a fonetização de cada sílaba, percebendo normalmente que é constituída de mais de uma letra. A criança vislumbra assim o princípio alfabético da escrita e avança para o nível silábico-alfabético.

Para a criança silábica é impossível ler o que as pessoas escrevem convencionalmente. A criança acha que sempre sobram letras na escrita convencional, ou seja, tem mais letras nas palavras do que os sons emitidos na fala.
A criança silábica entra em conflito porque sabe que, nos livros e nas escritas de pessoas alfabetizadas, a grafia é correta, e que essas pessoas têm a autoridade de saber ler e escrever.

É muito importante para a criança que avança para o nível silábico-alfabético conhecer a grafia adequada de algumas palavras através da autoridade do contexto cultural que a cerca – ”a dos alfabetizados”.

O confronto entre grafias corretas de palavras e o tipo de escrita silábica (em vias de ser abandonada) produzida pela criança, é fonte de reflexão e ajuda na passagem para o nível silábico-alfabético, porque a criança percebe a necessidade de colocar mais letras do que as que põem no nível silábico.

As crianças neste nível aumentam o número de letras em suas escritas de duas formas:
-Ou voltam a escrever com muitas letras e com quaisquer letras abandonando a hipótese silábica;
-Ou continuam escrevendo silabicamente, acrescentando no final da palavra que escrevem mais letras aleatoriamente, conservando em parte a hipótese do nível silábico, podendo haver conflito entre a escrita silábica e a quantidade mínima de letras.
Tais comportamentos confundem muitos os professores/alfabetizadores, que precisam estar atentos para entender e analisar essas situações.

Este tipo de solução, de aumentar o número de letras é que caracteriza o nível silábico-alfabético, apesar de ser uma solução que resolve apenas uma parte do problema.
A criança escreve então, nas palavras, algumas sílabas só com uma letra e outras sílabas com duas letras. Mas ainda vai persistir o problema da decodificação, de como ler o que escreveu.

CARACTERÍSTICAS DA ESCRITA E DA LEITURA

Nível conceitual – silábico-alfabético

-Conflito entre a hipótese silábica e a exi­gência de quantidade mínima de caracteres.
-Dificuldades da criança em coordenar as hipóteses que foi elaborando no curso dessa evolução, assim como as informações que o meio ofereceu.
-A criança descobre que a sílaba não pode ser considerada como unidade, mas que ela é composta de elementos menores – as letras. Enfrenta novos problemas:

No eixo quantitativo, percebe que uma letra apenas não pode ser considerada síla­ba porque existem sílabas com mais de uma letra. Assim, sem nenhum critério, vai aumen­tando o número de letras por sílabas.

No eixo quantitativo, a criança percebe que a identidade do som não garante a identidade das letras, nem a identidade das letras, a do som. Existem letras com a mes­ma grafia e vários sons. Descobre que exis­tem sons iguais com grafias diferentes e que, na maioria das vezes, não se fala o que se escreve e não se escreve o que se fala.
-A criança enfrentará novos conflitos ao vivenciar os problemas ortográficos que se ini­ciam no nível silábico-alfabético e se estenderão por todo o processo acadêmico.
-A criança procura acrescentar letras à escrita da fase anterior (silábica).
-Grafa algumas sílabas completas e outras incompletas (com uma só letra por sílaba). Usa as hipóteses dos níveis silábico e silábico-alfabético ao mesmo tempo.
-A ausência de letras em sua escrita não pode ser considerada pelo professor como omissão ou retrocesso. Porque, na verdade, é uma progressão nos níveis conceituais.
-A criança silábico-alfabética inicia a leitura independente de textos, palavras, dos livrinhos de literatura, entre outros portadores de textos. Algumas crianças utilizam-se da soletração para ler, unindo consoante e vogal. Outras já perce­bem as sílabas simples na sua totalidade.
-A criança já pode iniciar o trabalho na escrita e na leitura com os diferentes tipos e modalidades de letras.
-As dificuldades que as crianças apresen­tam, na escrita e na leitura, são quanto às síla­bas complexas. Neste nível, é importante um trabalho de construção dessas sílabas para que as crianças possam alcançar, gradativamente, a possibilidade de escrevê-las e lê-las nos tex­tos dos livros e em outros materiais.
-Na leitura, a criança faz predições, antecipa­ções do significado das palavras. As predições e inferências são estratégias básicas de leitura.
-As crianças esbarram na leitura e escrita de palavras que são iniciadas por vogais. Como saída, elas podem fazer a inversão das letras tanto na leitura como na escrita.

Exemplo:
-amora – leem e escrevem maora.
-então – leem e escrevem netão.
-esporte – leem e escrevem seporte.

PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
O TRABALHO COM LETRAS, PALAVRAS, SÍLABAS E TEXTOS

Em todo processo de alfabetização, deve-se cuidar para que todas as atividades de leitura e escrita propostas aos alunos apare­çam contextualizadas e associadas a uma significação, isto é, ligadas a aspectos da vida das crianças ou as atividades que realizam em sala de aula ou em casa.

Os jogos, as brincadeiras, as rodas de con­versa, a troca de ideias entre os alunos, e mesmo um pouco de competição entre eles, tornam a aprendizagem um processo de construção do conhecimento por eles mesmos.

É muito importante que o professor/alfa­betizador saiba que tipos de atividades ou situações pedagógicas deverão ser desenvol­vidas para que as crianças avancem nos ní­veis conceituais da escrita e da leitura e nos seus estágios de desenvolvimento cognitivo.

Sugestões de atividades
-jogos e atividades variadas com alfa­beto móvel e silabas móveis;
-caça-palavras;
-cruzadinhas;
-jogos de memória, bingo, dominós diversos;
-leitura e interpretação oral de diferen­tes textos, poesias, músicas, parlendas, textos do aluno e do professor, notícias, reportagens, bulas de remédio etc.;
-produção de textos coletivos;
-montagem e escrita de pequenas estru­turas linguísticas;
– adivinhações, trava-línguas, quadrinhas, anedotas;
-jornal falado;
– hora de surpresa;
-planejamento e avaliação do dia;
-relatório oral e escrito de experiências vivenciadas;
-histórias mudas;
-escrita de cartas, bilhetes, listas, anún­cios, propagandas;
-análise e síntese de palavras significativas;
-escritas espontâneas, autoditado; e leitura de livrinhos de literatura, jornais e revistas (em grupo ou individual);
-classificação e seriação de palavras;
– jogos e atividades orais que permitam o aluno brincar e recriar com a lingua­gem (rimas, acrósticos, entre outros); trabalhos manuais – recortes, dobraduras, pinturas, encaixes – propiciam às crianças novas formas de expressão e o uso, em sua linguagem, de novas palavras;
-oficina de histórias reconta, reescrita;
-construção de relatos e descrições;
-diálogos, entrevistas e reportagens sur­gidos nas situações cotidianas; e transcrição de receitas, brincadeiras, piadas; e recorte de figuras ou palavras para mon­tagem de álbuns ou dicionários;
-recontar vídeos, excursões, experiências; e reestruturar frases de poesias, parlendas ou músicas que os alunos já sabem de cor; e localizar palavras num texto, copiá-las separando suas sílabas num diagrama.

São inúmeras as possibilidades de traba­lhar a linguagem oral e escrita no nível silá­bico-alfabético, pois, nesse nível, as crian­ças apresentam um desenvolvimento acele­rado, já iniciando a leitura e a escrita de for­ma mais independente.

A criatividade do professor na seleção e ela­boração das atividades fará com que as crian­ças assimilem, gradativamente, a palavra es­crita e falada de forma prazerosa e natural.
O professor, durante as atividades propos­tas, observa, acompanha, avalia e registra o que as crianças dizem, explicam e pergun­tam entre si.


Professora da SR             Leila M. de M. Lopes