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Leila Moura

terça-feira, 12 de novembro de 2013

A importância dos jogos para a Aprendizagem

Jogos e Aprendizagem


Na utilização de jogos, para desenvolver habilidades de leitura e escrita é necessário considerar situações em que o ler e o escrever tenham um significado para o aprendente (seja ele o aluno ou o paciente...). Cabe ressaltar, então, as diferenças entre letramento e alfabetização já que nem sempre o indivíduo sabe que a escrita “representa” a fala. Esse indivíduo além de saber ler e escrever tem que ser letrado, ou seja, entender o que se está lendo, interpretar.

Ora, enfatizando a aplicação de jogos no processo de letramento possibilita-se a aproximação dos usos e funções da leitura e escrita no cotidiano do aluno numa aprendizagem significativa. Lembrando também que os jogos proporcionam o aprender de forma prazerosa, num contexto desvinculado da situação de aprendizado formal.

Dias (2002), analisando a importância dos jogos na alfabetização em seu trabalho de conclusão de curso da FEUSP, constata que é por meio dos jogos e da conseqüente apropriação e interpretação dos materiais lingüísticos disponíveis que a criança vai tecendo a compreensão do seu mundo para, gradualmente ampliar essa compreensão para um amplo leque social. Cabe aos educadores reconhecer e refletir sobre o papel do jogo como estratégia pedagógica e/ou psicopedagógica, explorando seu potencial educativo e buscando assim o sucesso escolar.

De acordo com Tezani (2004), ao desenvolver um trabalho com jogos está não só desenvolvendo os aspectos cognitivos da criança, mas passando também a enfatizar os aspectos afetivos que são resgatados durante estes momentos lúdicos.

Qual a importância dos jogos no contexto educacional?

O uso dos jogos no contexto educacional só pode ser situado corretamente a partir da compreensão dos fatores que colaboram para uma aprendizagem ativa. No entanto, mais do que o jogo em si, o que vai promover uma boa aprendizagem é o clima de discussão e troca, com o professor permitindo tentativas e respostas divergentes ou alternativas, tolerando os erros, promovendo a sua análise e não simplesmente corrigindo-os ou avaliando o produto final. Isso tudo não é muito fácil de controlar e muito menos de se prever e planejar de antemão, o que pode trazer desconforto e insegurança ao professor. Por isso, ele tende a usar os jogos e outras propostas que potencialmente ativam as iniciativas dos alunos ( como pesquisas ou experiências de conhecimento físico) de modo muito limitado e direcionado e não como recurso de exploração e construção de conhecimento novo. 

A utilização dos jogos pelo psicopedagogo é uma prática?
Dependendo da abordagem e do preparo do profissional, o uso dos jogos é um recurso tanto para avaliação e como para intervenção em processos de aprendizagem. Numa abordagem que evita atacar o sintoma de frente, o lúdico é o recurso ideal pois promove a ativação dos recursos da criança sem ameaçá-la. 
Piaget afirma que "O jogo é um tipo de atividade particularmente poderosa para o exercício da vida social e da atividade construtiva da criança", você acrescentaria algo a esta afirmação?
Numa visão psicopedagógica que procura integrar os fatores cognitivos e afetivos que atuam nos níveis conscientes e inconscientes da conduta, não podemos deixar de lado a importância do símbolo que age com toda sua força integradora e auto-terapêutica no jogo, atividade simbólica por excelência. Abrir canais para o simbólico do inconsciente não é só promover a brincadeira de "faz de conta" ou o desenho. Qualquer jogo, mesmo os que envolvem regras ou uma atividade corporal, dá espaço para a imaginação, a fantasia e a projeção de conteúdos afetivos, mais ou menos conscientes, além, é claro, de toda a organização lógica que está ali implícita. O professor não interpreta mas deve poder compreender as manifestações simbólicas e procurar adequar as atividades lúdicas às necessidades das crianças. 

Qual a importância dos jogos em grupo? 
Aprender com o outro é mais rápido e mais efetivo porque é mais prazeroso. Uma das coisas que o jogo assegura é esse espaço de prazer e aprendizagem que o bebê conhece mas que a criança perde quando entra na escola. Competir dentro de regras, sabendo respeitar a força do oponente, perceber uma situação sob o ponto de vista oposto ao seu: será que os adultos estão precisando disso hoje em dia? Que tal jogarmos com os professores, na escola, ou com os colegas de trabalho, na empresa, mas de uma forma refletida e não para ficarem "amiguinhos" apenas? 
O jogo auxilia na construção do conhecimento? 
Dependendo de como é conduzido, o jogo ativa e desenvolve os esquemas de conhecimento, aqueles que vão poder colaborar na aprendizagem de qualquer novo conhecimento, como observar e identificar, comparar e classificar, conceituar, relacionar e inferir.
Também são esquemas de conhecimento os procedimentos utilizados no jogo como o planejamento, a previsão, a antecipação, o método de registro e contagem e outros. 
Como o professor deve escolher os jogos para serem usados em sua sala de aula? 
Conhecendo primeiramente as condições e as necessidades de cada estágio desses esquemas de conhecimento. O que ocupa uma criança de pré-escola ou um aluno mais velho, cognitivamente? Não é questão de oferecer jogos diferentes para cada faixa etária (como vem indicado nas caixas de jogos). Jogos com a mesma estrutura podem servir para várias idades se manejamos a sua complexidade, aumentando ou diminuindo o número de informações. Nos jogos de Senha, por exemplo, podemos variar de 3, 4 ou mais, os elementos a serem descobertos, o que resulta numa diferença muito grande de complexidade da tarefa. Se trabalhamos com dois atributos, cor e posição, colocamos mais dificuldade para coordenar as partes no todo, mas se combinamos de saída as cores, a criança só vai se preocupar em achar a seqüência das posições da Senha. Outro aspecto é o nível de abstração em que a criança vai operar: o mesmo jogo pode ser apresentado por figuras ou apenas verbalmente, caso esse em que o poder de abstrair e de conceituar a partir de proposições precisa ser bem maior. 

 


Habilidades desenvolvidas no jogo


Cognitivas
Sociais
Emocionais

Resolução de problemas

Cooperação
Superação de limites pessoais
Planejamento
Estabelecimento de regras
Lidar com emoções
(ganhar e perder)
Tomada de decisões
Desenvolvimento de relações interpessoais
Desenvolvimento de :
Autoconfiança
Estabelecimento de conclusões lógicas
Trabalho em equipe
Auto-estima
Desenvolvimento do pensamento criativo
Desenvolvimento da comunicação clara e objetiva
Auto-avaliação
Desenvolvimento da memória
Resolução de conflitos
Responsabilidade
Desenvolvimento de conceitos de classificação, seriação, comparação
Competição saudável
Aprendizagem com o erro


Controle da impulsividade