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Leila Moura

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Alfabetização da pessoa cega e com baixa visão.

Planejamento: Estratégias de ensino na alfabetização da pessoa cega e com baixa visão.

Objetivos:
- Utilizar formas de estímulo aos alunos que a possuem baixa visão, em prol de uma aprendizagem da alfabetização de forma significativa, vinculada às funções sociais cumpridas pela linguagem verbal em nosso cotidiano.
- Utilizar instrumentos que provoquem a exploração dos demais sentidos em prol da aproximação dos alunos com a leitura e a escrita(texturas obtidas com as colagens).
-Análise sobre o início e o fim das palavras, contagem de letras, ordem das letras, semelhanças e diferenças sonoras.
-Trabalhar a diversidade através utilizando uma história infantil.

Desenvolvimento
- Contar a história Elmer o Elefante Xadrez
-Conversação sobre a história, explorando as características dos personagens.
-Criação de um texto coletivo.
-Imprimir o texto digitado utilizando uma fonte clara e simples (Arial) e de tamanho grande.
TRABALHANDO O TEXTO COLETIVO
1-PINTE O ESPAÇO ENTRE AS PALAVRAS.
2-CIRCULE DE VERMELHO AS PALAVRAS “ELEFANTE”.
3-CIRCULE DE AZUL AS PALAVRAS “ELMER”.
4-DESENHE A HISTÓRIA
-Dividir a turma em grupos para ilustração do texto coletivo (cada grupo ganhará uma parte do texto para ilustrá-lo) criando assim um livro coletivo.
-Trabalhar a letra E através de atividades (anexo).
-Trabalhar o sentido do tato confeccionando um elefante Elmer de texturas: Desenhar um elefante no papel pardo e colocar papéis de várias texturas, vários tipos de sementes e grãos, lantejoulas de tamanhos diferentes, lixa, algodão e etc.
-Fazer uma rodinha para as crianças (uma de cada vez), escolherem um dos itens colocados à disposição para colar no Elmer.










ECOLALIA... O QUE É E COMO LIDAR COM ISSO

Ecolalia é a repetição de palavras ou frases inteiras, muito comum em autistas. Eles repetem o que você fala, 
logo após ser dito ou até mesmo simultaneamente e há casos em que eles guardam na memória frases 
completas e repetem tempos depois (como vemos no artigo abaixo transcrito).
"Parece haver dois tipos de ecolalia: ecolalia imediata e ecolalia tardia.  Ecolalia imediata  é a repetição de algo que a criança acabou de ouvir e ecolalia tardia é a repetição de informações ouvido anteriormente - minutos, horas, dias, semanas, meses ou anos. Algumas pessoas vêem a ecolalia como fala sem sentido, mas há alguns profissionais que acreditam que a ecolalia pode servir como uma função de comunicação para o indivíduo com autismo.Os profissionais acreditam que presença da ecolalia em crianças com autismo pode ser favorável indicador para o desenvolvimento significativo da linguagem futura. A sensação que a ecolalia mostrada nas crianças, é, pelo menos, um processamento de linguagem. Ecolalia foi uma época considerada como apenas um outro comportamento inadequado em uma pessoa com autismo, entretanto, os pesquisadores atualmente vêem a  ecolalia agora como uma valiosa ponte para uma utilização mais estabelecida da linguagem."   (www.associatedcontent.com/article/859633/autism_speaks_what_is_echolalia.html)

                                PRINCÍPIOS GERAIS PARA O TRATAMENTO DA ECOLALIA

1. Ao proporcionar modelos alternativos à ecolalia , ajustar-se ao nível de desenvolvimento da criança.
2. Responda à intenção comunicativa da criança.
3. Adapte o input linguístico ao nível de compreensão linguística da criança.
4. Não se aproveite das habilidades especiais de memória episódica para treinar respostas excessivamente complexas ( ecos, “ camuflados”).
5. Adiar o treinamento de pronomes pessoais e em geral termino dêiticos até fases mais avançadas do programa.
6. Generalizar os objetivos alcançados em uma variedade de referentes , contextos e pessoas diferentes e fomentar a espontaneidade e o uso criativo de estruturas sintáticas.
7. Colocar o tratamento da ecolalia dentro do seu programa geral de tratamento da linguagem e comunicação.

1. Ao proporcionar modelos alternativos à ecolalia , ao ajustar-se ao nível de desenvolvimento da criança.
 Os modelos devem estar ajustados ao nível de competência linguística da criança; deste modo proporcionaremos uma emissão alternativa ao eco simplificada de maneira que a criança possa estabelecer as correspondências semântica-formais pertinentes ao modelo para um posterior uso flexível e criativo.

Suponha que uma criança ecolálica se situa diante de um adulto e sinalizando um pote de biscoito da cozinha lhe diz : Você quer um biscoito?. E o adulto imediatamente lhe deve dar um modelo verbal que possa ir desde “ biscoito”,”me dá biscoito” , “quero biscoito”... a níveis de complexidades superiores, em função do nível atual do sujeito.

Esta adaptação dos modelos requerem ter um conhecimento muito detalhado do nível real de habilidades linguísticas da criança ( vocabulário, capacidades de categorização, habilidades morfossintáticas, etc).

Os modelos alternativos aos ecos devem dar-se isolados, com limites claros, sem verbalizações previas ou posteriores ao modelo. Deve ficar muito claro qual é o estimulo discriminativo. Não consideramos adequado o uso da contra- imitação ou repetição do eco da criança por parte do adulto. Em geral é adequado evitar perguntas Sim/Não de confirmação( p. exemplo:”Você que bombons?”, “ Não sabe?” etc) ou explicações de adiar o pedido( “depois eu te dou”).

A criança ecolálica geralmente tem dificuldades para iniciar interações e pode recorrer a provocar determinados diálogos rotina rios com o adulto que foram efetivos para a realização de um determinado objetivo, inclusive a vezes pode encontrar reforço na rotina de estas “correntes” de eco- modelo em base a seu interesse pelo perseverativos.

2. Responda à intenção comunicativa da criança.
Depois de que a criança está repetindo o padrão do adulto ( e é necessário que repita o modelo simplificado) o adulto garante o cumprimento do propósito da emissão; o exemplo dado se daria o biscoito pedido. De este modo a criança se dá conta do impacto de sua emissão.

De cara a evitar a formação de correntes de eco- modelo ou outras palavras para “desintoxicar” o modelo dado de eco precedente pode ser recomendável repetir um ou mais ensaios, da situação previa, instigando de maneira não verbal à repetição do modelo( no exemplo apresentaríamos outro pedaço de biscoito e esperaríamos ).

No exemplo dado da interpretação da intenção da criança era facilmente dedutível a partir do contudo do eco e do contexto em que se produziu ; em outros casos a interpretação requer a realização de uma analise funcional das condições antecedentes e consequentes ao mesmo e das funções pragmáticas subjacentes mediante a observação direta dos ecos no contexto em que se produzem, atendendo variáveis extra linguísticas com gestos , olhadas, orientação do corpo, objetos , pessoas e eventos da situação.

3. Adapte o input linguístico ao nível de compreensão linguística da criança.( Prinzant 1983b). As crianças ecolálicas precisão de um input simplificado para identificar os elementos constituintes da fala , isolar as relações semântico- formal, adquirir competência linguística e abandonar sua dependência episódica.

Schuler e Prizant (1985), apresentaram uma serie de slogans gerais para a simplificação do input linguístico.

Paralelamente à simplificação da fala podemos treinar a criança a dizer “ não sei” ou “ não entendo” quando não compreendeu a emissão previa ( Schreibman e Carr, 1978).

O silencio e as interações não verbais são ferramentas muito adequadas em mãos do adulto se pretende evitar “hiper bombardear” a criança com verbalizações inecessárias. 


Pautas gerais para a simplificação do input linguístico
Prizant e Schuler, 1987)


1.Ajuste a complexidade da linguagem ao nível da criança.
a. Estrutura linguística ( como falar)
b. Conteúdo da linguagem ( de que falar).

2. Evite falar excessivamente- fale com emissões claramente articuladas.

3.Consiga a atenção da criança antes de começar a falar.
a.Chame pelo seu nome.
b.Use instigação física se é necessário.

4.Fale de tópicos relevantes :
a. O que faz ou tenta fazer.
b. O que vai fazer
c. O que fez.
d.Acontecimentos familiares da criança.

5.Use repetições , redundâncias e paráfrases .

6.”Componha” e descomponha estruturas para ajudar a criança a aprender acerca da estrutura da linguagem.
a. Composição: “ Colocar papel. Papel no lixo. Colocar papel no lixo”.
b. Decomposição: “ Pega a colher e come o purê “ . “Pega a colher, colher( com indicação), pega purê , come purê”.

7. Se é possível relacione as emissões com objetos , aços e eventos do contexto mediante o uso de gestos , tocar e demonstração de ações .

8.Se é possível relacione a ecolalia com aspectos do entorno, simplificando-a e com demonstrações.

9 .Segmente claramente suas emissões usando o acento entonação e pausa.

10.Se a criança faz algo inadequado indique seu desacordo com uma voz baixa acompanhada de expressão facial. Não crie um espetáculo com volume, tom e expressão facial exageradas.

11.Se é necessário use gestos para dar um suporte a fala.

12. Faça que a criança saiba que você é um receptor motivado atendendo suas iniciativas comunicativas.

13 .Se uma criança não pode comunicar-se mediante fala ou sinais peça que mostre ou sinalize e proporcione as palavras correspondentes.

14.Se um pedido não pode ser satisfeito, responda simples e consistentemente ( p. exemplo: (“ Não tenho mais chocolate”).

15.Use a linguagem para ajudar a criança a antecipar eventos futuros, especialmente mudanças inesperadas de rotinas.

Nota: Estas pautas gerais são aplicáveis a fala, linguagem de sinais ou comunicação total.

4. Não se aproveite das habilidades especiais de memória episódica para treinar respostas excessivamente complexas( ecos camuflados).

Dada a habilidade das crianças ecolálicas para recuperar frases memorizadas sem nenhum tipo de analise das mesmas em base a sua memória a longo prazo caímos no perigo de treinar topografias de resposta aparentemente adequadas , muito desligadas da competência real da criança ( ecos” camuflados”) e aplicar para eles critérios de aquisição para continuar “ ascendendo” no programa de linguagem.

Os modelos que proporcionam a criança ecolálica para que se repita devem se preferivelmente completos ( modelo total verbal); devemos fazer um uso cuidadoso dos modelos verbais parciais p. exemplo”Que é isso”?... Ca... (carro)- como forma de facilitar a recuperação da palavra , já que parece não facilitar os processos de recuperação semântica.

As crianças ecolálicas associam de forma mecânica os modelos parciais e a palavra completa. No exemplo dado a criança contestaria dizendo”carro” a pergunta “ Que faz”? ...ca... ( caminha).

O exemplo excessivamente complexo e a sobre utilização de ajudas verbais parciais resultam reforço para as pessoas que rodeiam a criança ecolálica devido a que resultam muito efetivas para que a criança “fale” , se por falar entendemos acabar mecanicamente todas as frases que se indicam , sem qualquer sinal de compreensão.

5. Adiar o treinamento de pronomes pessoais e em geral termino dêiticos até fases mais avançadas do programa.
A aprendizagem dos denominados términos dêiticos ( pronomes pessoais , demonstrativos, tempos verbais, etc) constituem uma tarefa muito dificultosa para as crianças autistas, devido às mudanças dos referentes.

Em aberta contradição com o anteriormente dito alguns destes términos se treinam ou todavia pior se exigem de forma implica, isto é, sem formação previa, nas primeiras fases de muitos programas de ensino da linguagem, inclusive supostamente dirigidos a crianças de estes grupos.

Este seria o caso dos verbos reflexivos. Exigimos a criança a resposta p. exemplo.” Se seca” em resposta a pergunta” Que faz”? para o rotulado da ação de um companheiro: “ “me seco” em resposta à mesma pergunta sendo a própria criança o ator da ação e usamos “ te seca” quando é o terapeuta quem ordena a essa ação.

Idêntico fenômeno acontece com o contraste entre a primeira , segunda e terceira pessoa do singular do presente do indicativo; e o contraste entre o uso de “relações + gerúndio”( p. Exe. “ está comendo”) e o presente do indicativo( “ come” ).

Se a dificuldade derivada de esta continua mudança de referentes lhe agregamos o fato de que aparecem em sua maioria acompanhados de verbos podemos concluir que o uso de esses termos supõe um incremento muito significativo de nível de dificuldade na aprendizagem dos verbos.

6. Generalizar os objetivos alcançados em uma variedade de referentes , contextos e pessoas diferentes e fomentar a espontaneidade e o uso criativo de estruturas sintáticas.
Dada a sobre dependência das crianças ecolálicas da memoria episódica caímos no perigo de treinar condutas verbais aparentemente adequadas em base a claves visuais ou auditivas muito sutis, não tao aparentes, mas que continuam sendo respostas mecânicas.

É necessário portanto, no marco de um modelo de tratamento da comunicação assegurar a criação dos objetivos a referentes, pessoas e situações diferentes (Gortázar e Tamarit, 1989).

7.Colocar o tratamento da ecolalia dentro do seu programa geral de tratamento da linguagem e comunicação.
Na hora de planear o treinamento de estruturas sintáticas em sujeitos ecolálicos devemos partir de seus níveis atuais de produção espontânea e criativa. Por exemplo, se a criança usa na sua linguagem espontânea verbos isolados( p, exem. “ come”, “ abre”) para o rotulado de ações , nos planejaremos como objetivo de treino p. exem. estruturas do tipo Verbo+C.D. (“come batatas”, etc) a margem de que a criança produza ecos de 4 ou 5 elementos.

Nos asseguraremos previamente que a criança conheça um dos referentes , dos elementos da frase a treinar ( assim evitaremos criar “ ecos camuflados” ) e iremos construindo analiticamente elo por elo frases cada vez mais complexas.

Uma vez decidido qual vai ser o objetivo e selecionado os exemplos concretos a treinar a seguinte questão a levantar é, que técnica de treinamento sintático pode ser mais adequada? Posso fundamentar o treinamento nas chamadas técnicas de imitação (Crystal e outros, 1983), segundo os quais se requer a repetição por parte da criança do modelo do terapeuta.

Em base a considerações anteriores sobre o uso da memória episódica em sujeitos ecolálicos, o uso de esta técnica seria completamente contraproducente. Em minha experiência clinica constatei que mesmo sendo provável que a criança conheça e discrimine cada elemento isolado da oração o fato de que lhe proporcionemos uma frase como input determina sua armazenagem global em forma de eco sem descodificação semântica.

Posso usar também as denominadas técnicas de incrementação ou indução (Crystal e outros, 1983), nas que o terapeuta pede a criança que complete ou repita inteira uma oração começada por ele.

Segundo nosso ponto de vista esta técnica pode ser útil só como modelo de indução a primeira palavra da frase, sempre que se exija uma repetição, não terminação, e se emprega em combinação com outras técnicas.

Uma alternativa mais útil para o treinamento sintático de crianças ecolálicas são as denominadas técnicas de substituição (Crystal e outros, 1983). Consiste na apresentação de uma oração estimulo para que a criança repita substituindo um ou mais elementos.


Conclusões.
O descobrimento de uma diversidade de inter-relações entre a ecolalia e o desenvolvimento linguístico e comunicativo determinaram um revisão dos modelos teóricos sobre a natureza da ecolalia, que já não pode ser considerada como uma patologia em si mesma , mas como o resultado de uma inter-relação de vários fatores ( modelo multifatorial).

Com base ao anterior será necessário programar o tratamento da ecolalia em base ao nível linguístico e comunicativo da criança e marcar dita programação dentro do programa de tratamento da linguagem e comunicação.

Deveremos adaptar os modelos curriculares existentes às particularidades dos sujeitos ecolálicos de tal forma que incrementaremos as habilidades do sujeito para segmentar a fala em suas constituintes, identificar e diferenciar as palavras conteúdos (nomes , verbos etc.) e abstrair estruturas sintáticas.



Fonte: maria-marianeres.blogspot.com.br

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Ensinando crianças cegas os bons modos à mesa

Regras Gerais

1. Estabelecer "pontos de referência" à mesa, quer dizer, um objecto a partir do qual poderá encontrar os outros objetos. Neste caso, trata-se do prato.

2. Manter o contacto com a mesa, tanto quanto possível, a fim de evitar o choque com os objetos colocados sobre ela. Este pode fazer-se passando ao de leve pela superfície da mesa com as costas dos dedos.

3. Durante a refeição será bom inclinar o tronco para a frente de modo que a cara se encontre por cima do prato, no caso de qualquer coisa cair do garfo.

4. Podem reconhecer-se os alimentos pelos seus aromas, pelas sensações de calor ou frio e pela sua resistência quando se cortam.

5. Recordar-se onde estão colocados os talheres.

6. O peso da colher ou do garfo é indicador do peso do alimento que transporta.

7. Pode-se espetar o alimento, quer dizer, enfiar os dentes do garfo na comida e levá-lo à boca. Este método é utilizado para os alimentos sólidos, tais como feijão verde, batatas, etc.; pode-se recolher o alimento na parte côncava do garfo, quer dizer, posicionar o garfo sob o alimento em posição horizontal e em seguida levá-lo à boca. Pode utilizar-se este método para os legumes moles, cozidos, papas, ervilhas, etc..

8. "Fixar" sempre o prato segurando-o com a mão e manter o contacto com o talher.

9. Quando é difícil de apanhar, juntar ou recolher o alimento, utilizar um bocadinho de pão para empurrar ou uma faca.

10. É necessário de vez em quando localizar os alimentos com o garfo, juntando-os no centro do prato.

11. As duas mãos devem servir para manter o contacto e orientar-se.

12. Em caso de necessidade deve perguntar o que é que está no prato ou:
  • Pedir, se necessário, que lhe cortem a carne;
  • Pedir ajuda para localizar os alimentos;
  • Pedir que lhe sirvam o molho. etc.

Para se aproximar da mesa
1. Ponha uma mão nas costas da cadeira.
2. Com a mão livre examinar o feitio e o assento da cadeira para conhecer a forma e para saber se está ocupada ou não.
3. Colocar-se em frente da cadeira de modo que a barriga da perna toque os bordos da mesma, manter o contacto com ela colocando uma mão sobre o assento ou nas costas.
4. Sentar-se à vontade, os pés bem assentes e aproximar-se do bordo da mesa.

Examinar o serviço de mesa
1. Tocar ao de leve na orla da mesa com as costas das mãos e colocar-se bem em frente da mesma.
2. Para localizar o prato pôr as mãos sobre a beira da mesa, os braços flectidos e os dedos curvados e avançar para o centro da mesa até tocar no prato.
3. A partir deste ponto de referência, localizar os talheres por movimentos laterais das mãos, à direita e à esquerda.
4. Tocar ao de leve a parte côncava da colher, a lâmina da faca, os dentes do garfo, para identificar os talheres.
5. Os braços flectidos, os dedos encurvados, seguir o bordo direito do prato, estender o braço e os dedos para localizar a taça ou o copo.
6. Seguir a mesma técnica à esquerda para localizar o cesto do pão.

Localizar os alimentos no prato
1. Utilizar a borda do prato como ponto de referência, aproximar do conteúdo com os dentes do garfo em direção perpendicular. Tocar com o garfo nos alimentos que se encontram nas posições de 6h, 9h, 12h e 3h, para os identificar pela sua resistência e paladar.

2. Rodar o prato de modo a ter a carne na posição das 6h, particularmente se ela precisar de ser cortada.

3. Rodar o prato de modo que os alimentos mais consistentes (puré de batata por exemplo) se encontre mais longe: Servirão de "tampão" para apanhar os outros alimentos (por exemplo, ervilhas).

Para cortar os alimentos com o garfo
1. Utilizar a borda do prato como ponto de referência, localizar o alimento com as costas do garfo.
2. Segurar o prato com uma mão.
3.  Avaliar um bocado com cerca de 2,5 cm.
4. Utilizar a extremidade inferior do garfo esticando o indicador sobre o cabo para o apoiar, cortar o alimento.
5. Separar a porção cortada do resto do alimento.
6. Uma resistência indica que o corte não é completo ou que a porção é muito grande.
7. Levantar o bocado do alimento, espetando-o com os dentes do garfo.

Para cortar a carne com uma faca
1. Com a faca, localizar o bordo da carne.
2. Com a outra mão colocar o garfo do outro lado da faca, cerca de 2,5 cm para lá da faca.
3. Espetar os dentes do garfo na carne.
4. Utilizar o garfo como fonte de referência, cortar a carne de um lado ao outro do garfo, seguindo a forma de uma meia lua, quer dizer, à volta do garfo.
5. Manter o resto da carne com a faca inclinada e levar o bocado à boca.

Para cortar salada
1. Localizar com o garfo o bocado de salada mais próximo de nós e cortar com a faca para lá desse ponto.
2. Colocar o garfo um pouco mais longe e cortar para lá desse ponto, etc.
3. A pressão do garfo fixa o prato enquanto se corta a salada.
4. Para retirar o garfo da salada, fixar a alface com a faca.

Como barrar um bocado de pão
1.  No começo pode ser necessário para a pessoa cega ter a fatia de pão inteira na palma da mão; colocar o bocado de manteiga no centro da fatia e espalhar a manteiga com a faca em todas as direções, ou então:
2. Utilizar as técnicas descritas para exploração do serviço de mesa, localizar o prato do pão.
3. Pode utilizar-se a beira do prato do pão como ponto de referencia para encontrar o pão.
4. Cortar o pão.
5. Pegar na faca com a outra mão e dirigir-se na direção da manteiga.
6. Utilizar a faca para explorar a manteiga, avaliar a quantidade desejada e cortar.
7. Com a manteiga sobre a faca, levar a faca para o pão, colocar a manteiga no centro do pão e espalhar.

Condimentos
1. Localizar os condimentos com técnicas de exploração para além do prato, à direita ou à esquerda sobre uma área limitada.
2. Pode reconhecer-se o sal porque é mais pesado do que a pimenta. O saleiro em geral tem os buracos maiores. Pode reconhecer-se a pimenta pelo aroma, pelo peso ou pelos buracos mais pequenos.

Para deitar o sal e/ou a pimenta
1. Localizar o prato com uma mão.
2. Ter a palma da mão por cima dos alimentos, os dedos estendidos abertos e separados cerca de 1 cm.
3. Deitar o sal sobre as costas da mão para poder avaliar da quantidade de sal vertido, ou:
4. Verter o sal na palma da mão e com os dedos da outra mão, em forma de pinça, deitá-lo no prato.

Para deitar açúcar numa bebida
1. Localizar o açucareiro explorando como já foi descrito anterior mente.
2. Colocar o açucareiro à esquerda da xícara.
3. Sustentar o açucareiro com a mão esquerda.
4. Pegar na colher com a mão livre e manter o contacto com o bordo da xícara com o dedo mínimo.
5. Pegar numa colher de açúcar, mantendo o dedo mínimo sobre a chávena.
6. Deitar o açúcar na xícara.

Para deitar o leite
1. Localizar o recipiente do leite como já foi descrito.
2. Chegar o recipiente do leite para o pé da chávena.
3. Sustentar a chávena, colocar o bico do recipiente do leite no bordo da chávena, orientando-se com uma mão.
4. Inclinar o recipiente do leite e deitar.
5. O som e a duração informarão sobre a quantidade vertida.

Sobremesa
1. Utilizar as técnicas de exploração, determinar a forma do prato de sobremesa.
2. 0 serviço de sobremesa, a forma do prato e a temperatura, podem informar sobre o tipo de sobremesa.
3. Para comer a tarte, começar pela extremidade picando verticalmente com o garfo fazendo pressão, partir bocadinhos e levá-los à boca.

Para se servir
1. Segurar a travessa com a mão direita.
2. Transferi-la para a esquerda.
3. Colocá-la sobre o prato.
4- Localizar os talheres para servir. seguindo o bordo da travessa.
5. Servir o alimento da travessa para o prato.
6. A temperatura da travessa pode indicar onde se encontram os alimentos.
7. Para pegar num bocadinho de pão ou biscoito, localizar a borda do prato e avançar lentamente com a mão até encontrar o que pretende.

Cafetaria e Self Service
1. A sensação de calor e frio indicam onde se encontram os alimentos quentes e os alimentos frios.
2. 0 aroma e o ruído são também sinais de referência.
3. Para colocar os alimentos no tabuleiro utilizar o bordo do mesmo como ponto de referência.
4. Dispor os alimentos como se fosse sobre uma mesa.
5. Deslocar o tabuleiro ao longo do balcão da cafetaria, uma mão deve "conduzir" para impedir o tabuleiro de chocar com os precedentes, a outra mão guiará o tabuleiro a fim de o preservar de pancadas.
6. Transportar o tabuleiro junto ao corpo e mantê-lo centrado. Deslocar-se lentamente.
7. Localizar a cadeira obtendo contacto com as pernas (visto que as mãos transportam o tabuleiro).
8. Se for possível, alinhar o tabuleiro com o bordo da mesa e deslocar em direcção ao centro ou, 
9. Em cima da mesa baixar lentamente e assegurar-se que o lugar está livre, estender o dedo mínimo em direcção da superfície da mesa, observar se o fundo do tabuleiro entra em contacto com objectos sobre a mesa.
10. Para descarregar o tabuleiro, se houver espaço, colocar no centro da mesa e retirar o que nele se encontra, ou então,
11. Colocar o tabuleiro ao lado e retirar o que lá se encontrar.
12. Para substituir o prato principal pelo prato de sobremesa, levantar o prato grande, passando-o por alto até ao centro da mesa. Com a mão livre localizar o espaço e colocar o prato da sobremesa no seu lugar.

Lloyd C. Widerberg e Ruth Kaarlela
Tradução: Alda Ruivo - 1987/88

FONTE> http://deficienciavisual.com.sapo.pt/txt-maneiras-mesa.htm