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Leila Moura

quinta-feira, 7 de abril de 2016

HIPÓTESE DE ESCRITA DE UM ALUNO DI

Testagem de um aluno de 13 anos no primeiro atendimento de 2016 na SR

E.E.E.F. ...

Nome do aluno: 0000           DN.:
Nome da Professora:
Turno:                             Turma                      Ano Letivo: 2016
Profª. AEE:

Informe de atendimento da Sala de Recursos a professora da sala regular

            
Este texto tem como objetivo auxiliar na busca por intervenções que favoreçam um melhor aproveitamento do aluno na sua tarefa de ensinar. O aluno 0000, demonstra capacidade cognitiva de uma aprendizagem com sucesso, se estiver com tarefas adequadas ao nível de desenvolvimento de aquisição da escrita.


NÍVEL SILÁBICO-ALFABÉTICO

A criança silábica, à medida que vai verificando a insuficiência de sua hipótese de associar uma letra para cada sílaba oral, amplia o seu campo de fonetização.

Em vez de fonetizar cada palavra, preocupando-se com as sílabas orais como unidades linguísticas, ela inicia a fonetização de cada sílaba, percebendo normalmente que é constituída de mais de uma letra. A criança vislumbra assim o princípio alfabético da escrita e avança para o nível silábico-alfabético.

Para a criança silábica é impossível ler o que as pessoas escrevem convencionalmente. A criança acha que sempre sobram letras na escrita convencional, ou seja, tem mais letras nas palavras do que os sons emitidos na fala.
A criança silábica entra em conflito porque sabe que, nos livros e nas escritas de pessoas alfabetizadas, a grafia é correta, e que essas pessoas têm a autoridade de saber ler e escrever.

É muito importante para a criança que avança para o nível silábico-alfabético conhecer a grafia adequada de algumas palavras através da autoridade do contexto cultural que a cerca – ”a dos alfabetizados”.

O confronto entre grafias corretas de palavras e o tipo de escrita silábica (em vias de ser abandonada) produzida pela criança, é fonte de reflexão e ajuda na passagem para o nível silábico-alfabético, porque a criança percebe a necessidade de colocar mais letras do que as que põem no nível silábico.

As crianças neste nível aumentam o número de letras em suas escritas de duas formas:
-Ou voltam a escrever com muitas letras e com quaisquer letras abandonando a hipótese silábica;
-Ou continuam escrevendo silabicamente, acrescentando no final da palavra que escrevem mais letras aleatoriamente, conservando em parte a hipótese do nível silábico, podendo haver conflito entre a escrita silábica e a quantidade mínima de letras.
Tais comportamentos confundem muitos os professores/alfabetizadores, que precisam estar atentos para entender e analisar essas situações.

Este tipo de solução, de aumentar o número de letras é que caracteriza o nível silábico-alfabético, apesar de ser uma solução que resolve apenas uma parte do problema.
A criança escreve então, nas palavras, algumas sílabas só com uma letra e outras sílabas com duas letras. Mas ainda vai persistir o problema da decodificação, de como ler o que escreveu.

CARACTERÍSTICAS DA ESCRITA E DA LEITURA

Nível conceitual – silábico-alfabético

-Conflito entre a hipótese silábica e a exi­gência de quantidade mínima de caracteres.
-Dificuldades da criança em coordenar as hipóteses que foi elaborando no curso dessa evolução, assim como as informações que o meio ofereceu.
-A criança descobre que a sílaba não pode ser considerada como unidade, mas que ela é composta de elementos menores – as letras. Enfrenta novos problemas:

No eixo quantitativo, percebe que uma letra apenas não pode ser considerada síla­ba porque existem sílabas com mais de uma letra. Assim, sem nenhum critério, vai aumen­tando o número de letras por sílabas.

No eixo quantitativo, a criança percebe que a identidade do som não garante a identidade das letras, nem a identidade das letras, a do som. Existem letras com a mes­ma grafia e vários sons. Descobre que exis­tem sons iguais com grafias diferentes e que, na maioria das vezes, não se fala o que se escreve e não se escreve o que se fala.
-A criança enfrentará novos conflitos ao vivenciar os problemas ortográficos que se ini­ciam no nível silábico-alfabético e se estenderão por todo o processo acadêmico.
-A criança procura acrescentar letras à escrita da fase anterior (silábica).
-Grafa algumas sílabas completas e outras incompletas (com uma só letra por sílaba). Usa as hipóteses dos níveis silábico e silábico-alfabético ao mesmo tempo.
-A ausência de letras em sua escrita não pode ser considerada pelo professor como omissão ou retrocesso. Porque, na verdade, é uma progressão nos níveis conceituais.
-A criança silábico-alfabética inicia a leitura independente de textos, palavras, dos livrinhos de literatura, entre outros portadores de textos. Algumas crianças utilizam-se da soletração para ler, unindo consoante e vogal. Outras já perce­bem as sílabas simples na sua totalidade.
-A criança já pode iniciar o trabalho na escrita e na leitura com os diferentes tipos e modalidades de letras.
-As dificuldades que as crianças apresen­tam, na escrita e na leitura, são quanto às síla­bas complexas. Neste nível, é importante um trabalho de construção dessas sílabas para que as crianças possam alcançar, gradativamente, a possibilidade de escrevê-las e lê-las nos tex­tos dos livros e em outros materiais.
-Na leitura, a criança faz predições, antecipa­ções do significado das palavras. As predições e inferências são estratégias básicas de leitura.
-As crianças esbarram na leitura e escrita de palavras que são iniciadas por vogais. Como saída, elas podem fazer a inversão das letras tanto na leitura como na escrita.

Exemplo:
-amora – leem e escrevem maora.
-então – leem e escrevem netão.
-esporte – leem e escrevem seporte.

PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
O TRABALHO COM LETRAS, PALAVRAS, SÍLABAS E TEXTOS

Em todo processo de alfabetização, deve-se cuidar para que todas as atividades de leitura e escrita propostas aos alunos apare­çam contextualizadas e associadas a uma significação, isto é, ligadas a aspectos da vida das crianças ou as atividades que realizam em sala de aula ou em casa.

Os jogos, as brincadeiras, as rodas de con­versa, a troca de ideias entre os alunos, e mesmo um pouco de competição entre eles, tornam a aprendizagem um processo de construção do conhecimento por eles mesmos.

É muito importante que o professor/alfa­betizador saiba que tipos de atividades ou situações pedagógicas deverão ser desenvol­vidas para que as crianças avancem nos ní­veis conceituais da escrita e da leitura e nos seus estágios de desenvolvimento cognitivo.

Sugestões de atividades
-jogos e atividades variadas com alfa­beto móvel e silabas móveis;
-caça-palavras;
-cruzadinhas;
-jogos de memória, bingo, dominós diversos;
-leitura e interpretação oral de diferen­tes textos, poesias, músicas, parlendas, textos do aluno e do professor, notícias, reportagens, bulas de remédio etc.;
-produção de textos coletivos;
-montagem e escrita de pequenas estru­turas linguísticas;
– adivinhações, trava-línguas, quadrinhas, anedotas;
-jornal falado;
– hora de surpresa;
-planejamento e avaliação do dia;
-relatório oral e escrito de experiências vivenciadas;
-histórias mudas;
-escrita de cartas, bilhetes, listas, anún­cios, propagandas;
-análise e síntese de palavras significativas;
-escritas espontâneas, autoditado; e leitura de livrinhos de literatura, jornais e revistas (em grupo ou individual);
-classificação e seriação de palavras;
– jogos e atividades orais que permitam o aluno brincar e recriar com a lingua­gem (rimas, acrósticos, entre outros); trabalhos manuais – recortes, dobraduras, pinturas, encaixes – propiciam às crianças novas formas de expressão e o uso, em sua linguagem, de novas palavras;
-oficina de histórias reconta, reescrita;
-construção de relatos e descrições;
-diálogos, entrevistas e reportagens sur­gidos nas situações cotidianas; e transcrição de receitas, brincadeiras, piadas; e recorte de figuras ou palavras para mon­tagem de álbuns ou dicionários;
-recontar vídeos, excursões, experiências; e reestruturar frases de poesias, parlendas ou músicas que os alunos já sabem de cor; e localizar palavras num texto, copiá-las separando suas sílabas num diagrama.

São inúmeras as possibilidades de traba­lhar a linguagem oral e escrita no nível silá­bico-alfabético, pois, nesse nível, as crian­ças apresentam um desenvolvimento acele­rado, já iniciando a leitura e a escrita de for­ma mais independente.

A criatividade do professor na seleção e ela­boração das atividades fará com que as crian­ças assimilem, gradativamente, a palavra es­crita e falada de forma prazerosa e natural.
O professor, durante as atividades propos­tas, observa, acompanha, avalia e registra o que as crianças dizem, explicam e pergun­tam entre si.


Professora da SR             Leila M. de M. Lopes

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