Testagem de um aluno de 13 anos no primeiro atendimento de 2016 na SR
E.E.E.F. ...
Nome do aluno: 0000 DN.:
Nome da Professora:
Turno: Turma
Ano
Letivo: 2016
Profª. AEE:
Informe de atendimento da Sala de Recursos a professora da sala regular
Este texto tem como objetivo
auxiliar na busca por intervenções que favoreçam um melhor aproveitamento do
aluno na sua tarefa de ensinar. O aluno 0000, demonstra capacidade cognitiva de
uma aprendizagem com sucesso, se estiver com tarefas adequadas ao nível de
desenvolvimento de aquisição da escrita.
NÍVEL SILÁBICO-ALFABÉTICO
A criança
silábica, à medida que vai verificando a insuficiência de sua hipótese de
associar uma letra para cada sílaba oral, amplia o seu campo de fonetização.
Em vez de
fonetizar cada palavra,
preocupando-se com as sílabas orais como unidades linguísticas, ela inicia a
fonetização de cada sílaba, percebendo normalmente que é constituída de mais de
uma letra. A criança vislumbra assim o princípio alfabético da escrita e avança
para o nível silábico-alfabético.
Para a
criança silábica é impossível ler o que as pessoas escrevem convencionalmente.
A criança acha que sempre sobram letras na escrita convencional, ou seja, tem
mais letras nas palavras do que os sons emitidos na fala.
A criança
silábica entra em conflito porque sabe que, nos livros e nas escritas de
pessoas alfabetizadas, a grafia é correta, e que essas pessoas têm a autoridade
de saber ler e escrever.
É muito
importante para a criança que avança para o nível silábico-alfabético conhecer
a grafia adequada de algumas palavras através da autoridade do contexto
cultural que a cerca – ”a dos alfabetizados”.
O
confronto entre grafias corretas de palavras e o tipo de
escrita silábica (em vias de ser abandonada) produzida pela criança, é fonte de
reflexão e ajuda na passagem para o nível silábico-alfabético, porque a criança
percebe a necessidade de colocar mais letras do que as que põem no nível
silábico.
As
crianças neste nível aumentam o número de letras em suas escritas de duas
formas:
-Ou
voltam a escrever com muitas letras e com quaisquer letras abandonando a
hipótese silábica;
-Ou
continuam escrevendo silabicamente, acrescentando no final da palavra que
escrevem mais letras aleatoriamente, conservando em parte a hipótese do nível
silábico, podendo haver conflito entre a escrita silábica e a quantidade mínima
de letras.
Tais
comportamentos confundem muitos os professores/alfabetizadores, que precisam
estar atentos para entender e analisar essas situações.
Este tipo
de solução, de aumentar o número de letras é que caracteriza o nível
silábico-alfabético, apesar de ser uma solução que resolve apenas uma parte do
problema.
A criança
escreve então, nas palavras, algumas sílabas só com uma letra e outras sílabas
com duas letras. Mas ainda vai persistir o problema da decodificação, de como
ler o que escreveu.
CARACTERÍSTICAS DA ESCRITA E DA LEITURA
Nível conceitual – silábico-alfabético
-Conflito
entre a hipótese silábica e a exigência de quantidade mínima de caracteres.
-Dificuldades
da criança em coordenar as hipóteses que foi elaborando no curso dessa
evolução, assim como as informações que o meio ofereceu.
-A
criança descobre que a sílaba não pode ser considerada como unidade, mas que
ela é composta de elementos menores – as letras. Enfrenta novos problemas:
No eixo quantitativo, percebe que uma letra apenas não
pode ser considerada sílaba porque existem sílabas com mais de uma letra.
Assim, sem nenhum critério, vai aumentando o número de letras por sílabas.
No eixo quantitativo, a criança percebe que a identidade
do som não garante a identidade das letras, nem a identidade das letras, a do
som. Existem letras com a mesma grafia e vários sons. Descobre que existem
sons iguais com grafias diferentes e que, na maioria das vezes, não se fala o
que se escreve e não se escreve o que se fala.
-A
criança enfrentará novos conflitos ao vivenciar os problemas ortográficos que
se iniciam no nível silábico-alfabético e se estenderão por todo o processo
acadêmico.
-A
criança procura acrescentar letras à escrita da fase anterior (silábica).
-Grafa
algumas sílabas completas e outras incompletas (com uma só letra por sílaba).
Usa as hipóteses dos níveis silábico e silábico-alfabético ao mesmo tempo.
-A
ausência de letras em sua escrita não pode ser considerada pelo professor como
omissão ou retrocesso. Porque, na verdade, é uma progressão nos níveis
conceituais.
-A
criança silábico-alfabética inicia a leitura independente de textos, palavras,
dos livrinhos de literatura, entre outros portadores de textos. Algumas
crianças utilizam-se da soletração para ler, unindo consoante e vogal. Outras
já percebem as sílabas simples na sua totalidade.
-A
criança já pode iniciar o trabalho na escrita e na leitura com os diferentes
tipos e modalidades de letras.
-As
dificuldades que as crianças apresentam, na escrita e na leitura, são quanto
às sílabas
complexas. Neste
nível, é importante um trabalho de construção dessas sílabas para que as
crianças possam alcançar, gradativamente, a possibilidade de escrevê-las e
lê-las nos textos dos livros e em outros materiais.
-Na
leitura, a criança faz predições, antecipações do significado das palavras. As
predições e
inferências são estratégias básicas de leitura.
-As crianças esbarram na leitura e
escrita de palavras que são iniciadas por vogais. Como saída, elas podem fazer
a inversão
das letras tanto na leitura como na escrita.
Exemplo:
-amora –
leem e escrevem maora.
-então –
leem e escrevem netão.
-esporte
– leem e escrevem seporte.
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
O TRABALHO COM LETRAS, PALAVRAS, SÍLABAS E
TEXTOS
Em todo
processo de alfabetização, deve-se cuidar para que todas as atividades de
leitura e escrita propostas aos alunos apareçam contextualizadas e associadas
a uma significação, isto é, ligadas a
aspectos da vida das crianças ou as atividades que realizam em sala de aula ou
em casa.
Os jogos,
as brincadeiras, as rodas de conversa, a troca de ideias entre os alunos, e
mesmo um pouco de competição entre eles, tornam a aprendizagem um processo de
construção do conhecimento por eles mesmos.
É muito
importante que o professor/alfabetizador saiba que tipos de atividades ou
situações pedagógicas deverão ser desenvolvidas para que as crianças avancem
nos níveis conceituais da escrita e da leitura e nos seus estágios de
desenvolvimento cognitivo.
Sugestões de atividades
-jogos e
atividades variadas com alfabeto móvel e silabas móveis;
-caça-palavras;
-cruzadinhas;
-jogos de
memória, bingo, dominós diversos;
-leitura
e interpretação oral de diferentes textos, poesias, músicas, parlendas, textos
do aluno e do professor, notícias, reportagens, bulas de remédio etc.;
-produção
de textos coletivos;
-montagem
e escrita de pequenas estruturas linguísticas;
–
adivinhações, trava-línguas, quadrinhas, anedotas;
-jornal
falado;
– hora de
surpresa;
-planejamento e avaliação do dia;
-relatório
oral e escrito de experiências vivenciadas;
-histórias
mudas;
-escrita
de cartas, bilhetes, listas, anúncios, propagandas;
-análise
e síntese de palavras significativas;
-escritas
espontâneas, autoditado; e leitura de livrinhos de literatura, jornais e
revistas (em grupo ou individual);
-classificação
e seriação de palavras;
– jogos e
atividades orais que permitam o aluno brincar e recriar com a linguagem
(rimas, acrósticos, entre outros); trabalhos manuais – recortes, dobraduras,
pinturas, encaixes – propiciam às crianças novas formas de expressão e o uso,
em sua linguagem, de novas palavras;
-oficina
de histórias reconta, reescrita;
-construção
de relatos e descrições;
-diálogos,
entrevistas e reportagens surgidos nas situações cotidianas; e transcrição de
receitas, brincadeiras, piadas; e recorte de figuras ou palavras para montagem
de álbuns ou dicionários;
-recontar
vídeos, excursões, experiências; e reestruturar frases de poesias, parlendas ou
músicas que os alunos já sabem de cor; e localizar palavras num texto,
copiá-las separando suas sílabas num diagrama.
São
inúmeras as possibilidades de trabalhar a linguagem oral e escrita no nível
silábico-alfabético, pois, nesse nível, as crianças apresentam um
desenvolvimento acelerado, já iniciando a leitura e a escrita de forma mais
independente.
A
criatividade do professor na seleção e elaboração das atividades fará com que
as crianças assimilem, gradativamente, a palavra escrita e falada de forma
prazerosa e natural.
O
professor, durante as atividades propostas, observa, acompanha, avalia e
registra o que as crianças dizem, explicam e perguntam entre si.
Professora da SR Leila M. de M. Lopes
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