LINGUAGEM TATIBITATE
"[...] Linguagem tatibitate - É um distúrbio (e também
de fonação) em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil. Geralmente
tem causa emocional e pode resultar em problemas psicológicos para a criança
[...]"
A partir do exposto acima é possível compreender de uma
maneira simples o significado da linguagem tatibitate.
Pense na fala da uma criança no processo inicial da
linguagem falada.
Quem nunca achou uma gracinha quando a criança diz “qué aca”
ou “paca pota” ou ainda “dedê té pincá”?
Lindinho mesmo, não é?
Traduzindo a fala fica assim: “quero água”...”faca
corta”.....”nenê quer brincar”.
O que ocorre na linguagem tatibitate é exatamente isso, a
fala infantilizada que, infelizmente, é reforçada com a repetição daquele que
já se apropriou do modo correto de falar, seja no grupo familiar ou social.
Normalmente repete-se o que a criança diz no mesmo modo, o
que faz com que ela vá perdendo oportunidades de aprender a pronúncia correta
das palavras.
A criança relaciona, por exemplo, algumas palavras a verbos
conjugados no passado. Quando ela diz “trazi” ou “fazi” está associando a
“comi”, “bebi” etc.
Não está errada a maneira como ela fala, está sim,
precisando ouvir a maneira correta de se pronunciar as palavras.
Deve-se evitar corrigi-la, e sim ensiná-la, a criança não
tem culpa de ainda não ter aprendido a falar, mesmo que já tenha 9 anos e fala
como um bebê. Inclusive deve-se pensar o que levou a estrutura familiar pensou
ao impedir que essa criança se desenvolvesse de forma natural como deveria.
Ao invés de falar da mesma forma que as crianças devem-se
repeti-las corretamente.
Quando a criança diz “qué aca” é necessário responder com
boa articulação e de preferência, que ela possa visualizar o movimento bucal.
Pode-se perguntar a ela: “Você quer água?” ou “É verdade, a faca corta.” ou
ainda “Você quer brincar?”
É fundamental que todos os envolvidos no processo de
desenvolvimento da criança (família, parentes, escola etc.), estejam atentos a
isso.
Realmente quando a criança começa a falar é bonitinho, mas o
“bonitinho” pode gerar sérios problemas.
Na fase da alfabetização, por exemplo, poderá ocorrer a
manifestação do distúrbio também na escrita, na leitura e deve ser corrigido
com delicadeza.
Pelo fato de haver a possibilidade de o distúrbio ter como
uma das causas interferência do aspecto emocional deve-se encaminhar o caso a
um psicólogo.
Deve-se também encaminhar a um fonoaudiólogo para correção
fonética.
Vale ressaltar que esse distúrbio pode causar problemas de
aprendizagem, portanto um psicopedagogo poderá auxiliar.
É uma situação que deve como tantas outras, ser bem
compreendida e merece atenção e cuidado.
Atenção! No início pode ser visto como característica normal
da linguagem, porém se perseverar ao longo do tempo é necessário que haja
avaliação de especialistas.
Lembre-se: Pais e Educadores são modelos para as crianças.
ALGUMAS SUGESTÕES PARA PAIS E EDUCADORES AUXILIAREM A
CRIANÇA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
(Redação Crescer)
- Promova o diálogo
- Aproveite situações do cotidiano para ouvir o que seu
filho está falando e conversar com ele apresentando o nome das coisas. Assim,
as palavras ganham significado e são gravadas com mais facilidade.
- Na hora das refeições, fale do prato, da colher, das cores
e consistência dos alimentos.
- Aproveite o banho para nomear as partes do corpo e narrar
as ações que a criança estiver fazendo: pegar o sabonete, a esponja, jogar
água, esfregar a perna.
- Faça comentários sobre a forma e a textura dos brinquedos.
- Conte algo do dia com detalhes interessantes para a
criança: o momento em que a vovó telefonou uma coisa que você viu na rua.
- Leia e conte histórias.
- Ouçam e cantem juntos músicas e historinhas infantis.
Noêmia A. Lourenço
Referência:
FONSECA, Vitor - Escola. Quem és tu? Porto Alegre: Artes
Médicas, 1993.
ASSUNÇÃO, Elisabete da. COELHO, Maria Teresa. Problemas de
aprendizagem. São Paulo, SP: Editora Ática, 2002.
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br