CAPACIDADES/FUNÇÕES PERCEPTIVO-VISUAIS
A estimulação perceptivo-visual é um instrumento fundamental para o desenvolvimento
das capacidades perceptivo-visuais de todo ser humano e, principalmente às crianças com
baixa-visão. Tal estimulação corresponde a um conjunto de situações pedagógicas que
visam à aquisição de habilidades e melhoria das capacidades perceptivo-visuais.
baixa-visão. Tal estimulação corresponde a um conjunto de situações pedagógicas que
visam à aquisição de habilidades e melhoria das capacidades perceptivo-visuais.
A aplicação das técnicas de estimulação visual varia de acordo com as possibilidades
visuais apresentadas pela criança, ou seja, dependentes das capacidades/funções
perceptivo-visuais pré-existentes, bem como, das que se pretendem trabalhar. São estas:
visuais apresentadas pela criança, ou seja, dependentes das capacidades/funções
perceptivo-visuais pré-existentes, bem como, das que se pretendem trabalhar. São estas:
PERCEPÇÃO VISUAL: Capacidade de interpretar o que é visto (desde a percepção da
luz acesa da lanterna). É o processo pelo qual as informações recebidas pelo olho são
transmitidas ao cérebro onde ocorre relacionamento com as experiências passadas. Tal
habilidade requer maturação, ou seja, fatores neuromotores* e psicológicos, e experiência.
luz acesa da lanterna). É o processo pelo qual as informações recebidas pelo olho são
transmitidas ao cérebro onde ocorre relacionamento com as experiências passadas. Tal
habilidade requer maturação, ou seja, fatores neuromotores* e psicológicos, e experiência.
Ex: perceber (a existência, mudança, movimento, etc.) mesmo sem identificar e/ou
interpretar especificidades.
interpretar especificidades.
EFICIÊNCIA VISUAL: Domínio do mecanismo ótico – envolve velocidade e capacidade de
filtração. Tal habilidade é dependente do uso máximo de visão residual.
filtração. Tal habilidade é dependente do uso máximo de visão residual.
EXPERIÊNCIA VISUAL: Compreende: acuidade visual, reconhecimento e arquivamento
da imagem, associação com experiências passadas e símbolo, e formação de conceitos.
da imagem, associação com experiências passadas e símbolo, e formação de conceitos.
Ex: a utilização da condição visual para sua vida, como, utilizá-la para se locomover,
encontrar objetos de interesse, identificar tamanhos, formas, cores, larguras...
visualmente, etc. Enfim, realizar atividades visuais significativas assimilando o experimento,
bem como, realizando o registro em sua memória para uso indeterminado.
encontrar objetos de interesse, identificar tamanhos, formas, cores, larguras...
visualmente, etc. Enfim, realizar atividades visuais significativas assimilando o experimento,
bem como, realizando o registro em sua memória para uso indeterminado.
PERCEPÇÃO DE LUZ: Capacidade de indicar diferença entre claro e escuro
(luminosidade), mesmo sem identificar de onde vem esta luz.
(luminosidade), mesmo sem identificar de onde vem esta luz.
PROJEÇÃO DE LUZ: Capacidade de indicar a origem do foco da luz. (neste caso,
observam-se também diferenças na focalização da luz em distâncias variadas, ou seja,
a aquisição requer projeção de luz a maior distância, compara a análise anterior).
observam-se também diferenças na focalização da luz em distâncias variadas, ou seja,
a aquisição requer projeção de luz a maior distância, compara a análise anterior).
FIXAÇÃO: Refere-se ao ato de focar os olhos sobre um objeto ou estímulo visual sobre
o papel. Neste caso também é possível identificar a distância melhor para focalização, e,
mediante esta realizar um melhor trabalho na aquisição das habilidades.
o papel. Neste caso também é possível identificar a distância melhor para focalização, e,
mediante esta realizar um melhor trabalho na aquisição das habilidades.
OCLUSÃO VISUAL: Capacidade de perceber uma figura completa quando somente uma
porção é visível.
porção é visível.
PISTA VISUAL: Qualquer tipo de informação visual usada por uma pessoa para orienta-se
e mover-se no espaço, além de desempenhar qualquer tarefa ou função, ou localizar um
lugar ou objeto desejado.
e mover-se no espaço, além de desempenhar qualquer tarefa ou função, ou localizar um
lugar ou objeto desejado.
SÍMBOLOS: Termo usado para se referir a letras e palavras que apareçam isoladamente
(ou com outras), e, que podem ou não, estar associadas com objetos concretos ou gravuras.
(ou com outras), e, que podem ou não, estar associadas com objetos concretos ou gravuras.
VISÃO BINOCULAR: Uso simultâneo de ambos os olhos na focalização de um mesmo
objeto e fundir as duas imagens para uma interpretação correta.
objeto e fundir as duas imagens para uma interpretação correta.
CAMPO VISUAL: Toda a área do espaço físico visível quando o corpo, a cabeça e os olhos
estão imóveis, frente ao estímulo observado.
estão imóveis, frente ao estímulo observado.
SEGUIMENTO VISUAL: Seguir com os olhos (visualmente) objetos em movimento (de
cima para baixo, vice-versa, de um lado para o outro, na diagonal, etc.).
cima para baixo, vice-versa, de um lado para o outro, na diagonal, etc.).
ACOMODAÇÃO: São ajustes que o olho realiza para ver a diferentes distâncias, executado
pela mudança de forma do cristalino através da ação do músculo ciliar na focalização
de uma imagem clara na retina.
pela mudança de forma do cristalino através da ação do músculo ciliar na focalização
de uma imagem clara na retina.
ACUIDADE VISUAL: Refere-se a uma medida da capacidade de distinguir claramente os
mínimos detalhes.
mínimos detalhes.
FUNCIONAMENTO VISUAL: Significa interpretar e compreender significativamente o que
se vê.
se vê.
FIGURAS: Refere-se aos contornos de objetos e formas geométricas e lineares com
ou sem detalhes.
ou sem detalhes.
ATENÇÃO VISUAL: Olhar prolongadamente objetos ou figuras. As crianças com déficits
corticais apresentam maior dificuldade para aquisição desta habilidade.
corticais apresentam maior dificuldade para aquisição desta habilidade.
BRILHO (OFUSCAMENTO): Qualidade de brilho relativo da luz que cause desconforto no
olho ou que interfere com a visibilidade e desempenho visual.
olho ou que interfere com a visibilidade e desempenho visual.
CONTRASTE: A diferença relativa entre o claro e escuro nas coisas (objetos) observadas.
PERCEPÇÃO DE PROFUNDIDADE: A capacidade para perceber a distância relativa de
objetos e sua relação espacial com outros.
objetos e sua relação espacial com outros.
DIFERENCIAÇÃO DE FIGURA-FUNDO: Capacidade para perceber a distância relativa de
objetos e sua relação espacial com outros.
objetos e sua relação espacial com outros.
DIFERENCIAÇÃO DE FIGURA-FUNDO: Capacidade para discriminar objetos visíveis,
separando-os do fundo.
separando-os do fundo.
VISÃO PERIFÉRICA: Percepção de objetos, movimento, ou cor, fora da linha central da
visão.
visão.
FOTOFOBIA: Anormalidade sensitiva, desconforto pela luz.
MAGNIFICAÇÃO: Um aumento no tamanho de um objeto ou símbolo percebido.
NISTAGMO: Movimento involuntário do globo ocular sintomático de disfunção neurológica.
Pode ser vertical, lateral, rotatório ou misto, e intermitente.
Pode ser vertical, lateral, rotatório ou misto, e intermitente.
INFORMAÇÃO VISUAL: Conhecimento do ambiente e das coisas adquirido através do
sentido visual.
sentido visual.
VISÃO RESIDUAL: Qualquer visão remanescente útil presente ou que possa ser
desenvolvida apesar de imperfeição severa em qualquer das estruturas ou tecidos dos olhos,
ou em alguma parte do sistema visual.
desenvolvida apesar de imperfeição severa em qualquer das estruturas ou tecidos dos olhos,
ou em alguma parte do sistema visual.
SISTEMA VISUAL: Todas as partes componentes do olho, nervo óptico, cérebro e
associação de estágios que influenciam olhar e ver.
associação de estágios que influenciam olhar e ver.
EXPLORAÇÃO VISUAL: Cuidado inspeção de objetos visíveis ou de ambiente
circundante. Geralmente as crianças de baixa visão necessitam tocar e manipular o
objeto, pois, carecem de visualizá-los em diferentes níveis e posições para uma melhor
visualização e exploração visuais.
circundante. Geralmente as crianças de baixa visão necessitam tocar e manipular o
objeto, pois, carecem de visualizá-los em diferentes níveis e posições para uma melhor
visualização e exploração visuais.
Estas capacidades/funções perceptivo-visuais somente podem ser desenvolvidas mediante
análise e utilização de modificações nas condições ambientais:
análise e utilização de modificações nas condições ambientais:
1. Controle da iluminação: aumentando-se a iluminação ambiental com focos luminosos
para objetos, folhas de trabalho, textos, etc...
para objetos, folhas de trabalho, textos, etc...
2. Transmissão da luz: com auxílio de lentes absortivas e filtros que diminuem o
ofuscamento e aumentam o contraste.
ofuscamento e aumentam o contraste.
3. Controle de reflexão, com tiposcópios, visores, oclusores laterais e lentes polarizadas.
4. Acessórios: caneta de ponta porosa preta, lápis de escrever 6B, papel com pautas
pretas, figuras sem muitos detalhes e com traçado escurecido e nítido (pré-escolar),
suporte para leitura e partituras musicais.
pretas, figuras sem muitos detalhes e com traçado escurecido e nítido (pré-escolar),
suporte para leitura e partituras musicais.
5. Aumento de contraste: usando-se cores bem contrastantes (preto/branco,
preto/amarelo, branco/vermelho, etc.) em materiais como: folhas de papel em geral,
canetas porosas, quadro branco/caneta preta, quadro-de-giz (preto)/giz branco, cores
escuras em fundo brilhoso (papel laminado) e/ou vice-versa.
preto/amarelo, branco/vermelho, etc.) em materiais como: folhas de papel em geral,
canetas porosas, quadro branco/caneta preta, quadro-de-giz (preto)/giz branco, cores
escuras em fundo brilhoso (papel laminado) e/ou vice-versa.
6. Ampliação: desenhos, figuras, exercícios, livros, jogos, etc.
Assim, com as adaptações ambientais necessárias é possível realizar um trabalho
promissor durante os atendimentos de estimulação visual, concomitante, a utilização
de seu resíduo visual para maturação da capacidade visual em seu ambiente (casa,
escola, ou qualquer lugar onde possa ser realizada adaptação e que seja do convívio da criança)
promissor durante os atendimentos de estimulação visual, concomitante, a utilização
de seu resíduo visual para maturação da capacidade visual em seu ambiente (casa,
escola, ou qualquer lugar onde possa ser realizada adaptação e que seja do convívio da criança)