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Leila Moura

terça-feira, 31 de maio de 2011

Toxoplasmose doença silenciosa que leva a cegueira!


A  toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pelo Toxoplasma gondii, protozoário que pode se manifestar de forma assintomática na maioria dos casos, até mesmo sem causar nenhum dano, caso o hospedeiro não esteja com seu sistema imunitário comprometido.
Este micro-organismo é parasita intracelular, principalmente de células do sistema nervoso e muscular de animais endotérmicos - inclusive cães, gatos, coelhos, lebres, aves, suínos, gados, ratos e cobaias.
Sua reprodução pode ser assexuada, dando origem a zoítos que, após sucessivas divisões, se tornam merozoítos, infectando novas células, inclusive as de defesa; ou sexuada (gametogônica), no intestino do hospedeiro, dando origem aos oocistos. Oocistos podem ser eliminados no ambiente pelas fezes, podendo infectar outros animais – inclusive os humanos. Esta última forma de reprodução ocorre, predominantemente, em felinos.
A ingestão da carne crua ou malcozida de animais infectados é outra forma de se adquirir a toxoplasmose, já que estes possuem em seus músculos formas residuais infectantes do parasita.
Apenas 10% das pessoas imunologicamente preservadas apresentam sintomas, sendo o principal a presença de ínguas, geralmente no pescoço. Febre, dores musculares e articulares, comprometimento da visão, dor de cabeça e garganta e manchas pequenas e vermelhas pelo corpo podem ser outros sinais da toxoplasmose.
Inflamação da retina (coriorretinite), apresentando conjuntivite, hemorragias oculares, embaçamento da visão, dentre outros sintomas, pode ocorrer, principalmente, em crianças - nos seus primeiros dez anos de vida. A doença pode ser transmitida pela mãe no período fetal (toxoplasmose congênita).
Esta doença permanece latente após certo tempo de infecção podendo, mesmo que raramente, ressurgir em situações de baixa imunidade.
Para diagnosticar a doença, exames de sangue são necessários. Mulheres gestantes ou que pretendem engravidar devem fazê-los, a fim de evitar outras complicações, como aborto, crescimento retardado do feto, nascimento prematuro e malformações.
Cuidados relacionados à ingestão de carne e contato direto com animais, principalmente felinos, são necessários para evitar estes protozoários. Lavar com água corrente os vegetais antes de comê-los é, também, uma medida necessária.
O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE:
A automedicação pode ter efeitos indesejados e imprevistos, pois o remédio errado não só não cura como pode piorar a saúde.

Por Mariana Araguaia
Equipe Brasil Escola

 

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Bulluying mais um conceito!

Inclusão de fato sem hipocrisia
Seguidamente têm-se notícias de agressões, bullying é a palavra do momento. Mas como isso surgiu? É realmente uma novidade?
Não, este um tema atual e também extremamente antigo, só se tornou assunto pela roupagem e o nome. A grande maioria das gerações que temos no momento conviveu com algum tipo de discriminação, isso acontece pela falta de entendimento e aceitação do outro tal como é.
Nas escolas ou instituições sociais onde se agrupam pessoas principalmente jovens, são os locais onde essas questões se presentam.
Um ou mais alunos xingam, agridem fisicamente ou isolam um colega, além de colocar apelidos grosseiros. Esse tipo de perseguição intencional definitivamente não pode ser encarado só como uma brincadeira natural da faixa etária ou como algo banal, a ser ignorado pelo professor. É muito mais sério do que parece. Trata-se de bullying. A situação se torna ainda mais grave quando o alvo é uma criança ou um jovem com algum tipo de deficiência - que nem sempre têm habilidade física ou emocional para lidar com as agressões. Tais atitudes costumam ser impulsionadas pela falta de conhecimento sobre as deficiências, sejam elas físicas ou intelectuais, e, em boa parte, pelo preconceito trazido de casa.


Conversar abertamente sobre a deficiência derruba barreiras
- Conversar sobre a deficiência do aluno com todos na presença dele.
- Adaptar a rotina para facilitar a aprendizagem sempre que necessário.
- Chamar os pais e a comunidade para falar de bullying e inclusão.
- Exibir filmes e adotar livros em que personagens com deficiência vivenciam contextos positivos.
- Focar as habilidades e capacidades de aprendizagem do estudante para integrá-lo à turma.
- Elaborar com a escola um projeto de ação e prevenção contra o bullying.


Seis soluções práticas
- Conversar sobre a deficiência do aluno com todos na presença dele.
- Adaptar a rotina para facilitar a aprendizagem sempre que necessário.
- Chamar os pais e a comunidade para falar de bullying e inclusão.
- Exibir filmes e adotar livros em que personagens com deficiência vivenciam contextos positivos.
- Focar as habilidades e capacidades de aprendizagem do estudante para integrá-lo à turma.
- Elaborar com a escola um projeto de ação e prevenção contra o bullying, mas sobretudo encarar as situações às claras, visualizando a solução de problemas que se apresentam.
-Orientar profissionais da instituição sobre como atender as necessidades dos alunos com deficiência, perguntando a eles sobre o que necessitam.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A inclusão é feita pela afetividade!

Ontem, dia 25 de maio, foi emocionante ouvir o relato emocionado do nosso aluno Raí. Ele chegou em nossa Sala de Recursos, alegre e me disse:
-Prof. hoje quase chorei na sala...
E assim continuou ele contando, que a professora estagiária estava se despedindo da turma e havia trazido uma caixinha de chocolate para dar a um aluno. E então e disse:
-Adivinha que a turma indicou para receber?
-Eu!
Este relato descreve pequenas vitórias desse aluno e de outros que temos, nos enchem de orgulho, força e referenda  nossa caminhada. Só nos dá a certeza de que estamos fazendo o trabalho ao qual nos propusemos, nos preparamos e acreditamos.
Também nos tranquiliza em saber que temos jovens bem intencionados e com tamanha afetividade em relação aos que possuem algum tipo de deficiência.















O Raí em sala de aula, utilizando o laptop, sempre contando com a colaboração de seus colegas na hora
de fazer seus registros.


quarta-feira, 25 de maio de 2011

Opções de leitura para crianças com deficiência visual


UM MUNDINHO PARA TODOS

Autora: Bellinghausen, Ingrid Biesemeyer
Editora: DCL Difusão Cultural
Assunto: Literatura Infantil / Infanto Juvenil
Tema: Era uma vez um mundinho em que cada habitante tinha um jeito de ser bem diferente do outro - uns viviam no norte e gostavam de andar descalços; outros no sul e adoravam tomar chocolate quente; alguns não enxergavam muito bem e precisavam de ajuda. E cada um deles tinha sua forma de agradecer por viver num lugar tão feliz.
Com texto impresso em Braille e tipos ampliados.
Fonte: Livraria Cultura
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LIVROS SONOROS:
SONS DA NATUREZA: À noite na floresta
Autor(a): Maurice Pledger
Editora: Ciranda Cultural
DescriçãoAventure-se com os animais noturnos de todo o mundo e conheça quem está em atividade enquanto você está dormindo!
Abrindo os cenários pop-ups, você ouvirá os sons misteriosos da noite.
Conheça o uivo misterioso do lobo-da-montanha, o rugido majestoso do tigre e o grito assombroso da coruja ecoando pela noite enluarada...
E AINDA:
SONS DA NATUREZA: Oceano;            SONS DA NATUREZA: Selva
SONS DIVERTIDOS: Era uma vez;        SONS DIVERTIDOS: Na floresta
COLEÇÃO TOQUE E SINTA



















Resenha Estes belos livrosde tatear com fotos contêm cinco interessantes cenários,
 cada um com diferentes elementos de tato para auxiliar as crianças em seus primeiros aprendizados. A tartaruguinha tem muitos amigos que vivem no oceano! Venha e aprenda
como eles são! Edição: Ciranda Cultural  PS: existe no mercado vários modelos
destes livrinhos, de diversas editoras, com diferentes texturas. Fonte: fnac.com.br

EM BRAILLE
A Bruxa mais velha do mundo
1a. edição, 2008         Elizete Lisboa -Paulinas
R$ 20,70 Para comprar por telefone,
ligue para 0800 140090, de
2ª a 6ª, das 9h às 21h, e aos
sábados, das 10h às 16h.
SinopseCuidado! Uma bruxa brincalhona, que já fez muitos e muitos aniversários e adora cantar no meio da noite, cismou que vai se casar no ano que vem, e está à procura de um marido que goste de cantar e que seja bem velho. E bem feio!
Fonte:Livraria da Folha
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A LAGOA ENCANTADA - uma história sobre respeito
EM BRAILLE E AMPLIADO
A autora conta a história de um rei vaidoso, que ao se ver envelhecendo, expulsa todos os velhos do seu país, para que não possa ser comparado a um idoso. Mas o rei recebe um castigo de uma feiticeira, que transforma todas as mulheres do reino em pedras. O encanto só acaba quando alguém especial resgatar uma taça de outro e diamantes no fundo do lago.
Editora: Melhoramentos
Autor: PATRICIA SECCO
Ano: 2005               Edição: 1                   Número de páginas: 20

                               Dorina viu
Autora: Cláudia Cotes                       Editora: Paulinas
A história cheia de vida e determunação de Dorina Nowill em um livro gostoso de ler e de ver. Texto e ilustrações estão também em braile, para que crianças, que enxergam ou não, leiam e comprovem que as diferenças podem conviver em harmonia.

Atividades pedagógicas com aluno cego

As crianças cegas devem ser estimuladas desde cedo no que diz respeito à exploração do sistema háptico (o tato ativo ou em movimento) através de atividades lúdicas, do brinquedo e de brincadeiras. Elas devem desenvolver um conjunto de habilidades táteis e de conceitos básicos que tem a ver com o corpo em movimento, com orientação espacial, coordenação motora, sentido de direção etc. Tudo isto é importante para qualquer criança.

Para a realização da escrita ou leitura em braille, é necessário que a criança conheça convenções, assimile conceitos gerais e específicos, desenvolva habilidades e destreza táteis.
O tato, a destreza tátil e a coordenação bi manual precisam estar bem desenvolvidos, pois tanto a técnica da leitura quanto a escrita das letras dependem de movimentos sincronizados das mãos e da percepção tátil de diferenças, bem sutis.
Para se alfabetizar uma criança cega é necessário bem mais do que ter um bom domínio do Sistema Braille. É preciso saber como se dá o processo de construção do conhecimento por meio da experiência não visual e criar condições adequadas de acesso aos conteúdos escolares dentro e fora da sala de aula.

Enfrentando as diferenças

http://deficienciavisualsp.blogspot.com

terça-feira, 24 de maio de 2011

ATENDIMENTO PEDAGÓGICO AO ALUNO COM BAIXA VISÃO

ATENDIMENTO PEDAGÓGICO AO ALUNO COM BAIXA VISÃO

O trabalho com alunos com baixa visão baseia-se no princípio de

 estimular a utilização plena do potencial de visão e dos sentidos

remanecentes, bem como na superação de dificuldades e conflitos

emocionais (MEC- Saiba mais... clique nos links à direita).



a pedidos trouxe algumas sugestões para pais, professores e
outras pessoas que convivem com a criança de baixa visão na
 idade escolar:
- Ensine a criança e o jovem sobre sua deficiência e sobre o que eles

 podem ver ou não poder ver bem (muitas crianças não têm
consciência disso).
- Os alunos com baixa visão deverão trabalhar olhando para os

objetos e para as pessoas (algumas crianças apresentam
comportamento de cegos, olham para o vazio. Peça para que “olhe”
 o objeto ou pessoa em questão)
.- Ajude-o a desenvolver comportamentos e habilidades para
participar de brincadeiras e recreações junto com os colegas,
facilitando o processo de socialização e inclusão.
- Oriente o uso de contraste claro e escuro entre os objetos e

seu fundo.
- Estimule o aluno a olhar para aspectos como cor, forma e

encoraje-o a tocar nos objetos enquanto olha.
- Lembre-se que o uso prolongado da baixa visão pode causar

 fadiga.
- Seja realista nas expectativas do desempenho visual do

estudante, encorajando-o sempre ao progresso.
- Encoraje a coordenação de movimentos com a visão,

principalmente das mãos.
- Oriente o estudante a procurar recursos como o computador

pois, ele se cansará menos e aumentará sua independência.·
Pense nos estudantes com baixa visão como pessoas que
vêem.
- Use as palavras “olhe” e “veja” livremente.
- Esteja ciente da diferença entre nunca ter tido boa visão e

tê-la perdido após algum tempo.
- Compreenda que o sentido da visão funciona melhor em conjunto

 com os outros sentidos.
- Aprenda a ignorar os comentários negativos sobre as pessoas

com baixa visão.· Dê-lhe tempo para olhar os livros e revistas,
chamando a atenção para os objetos familiares. Peça-lhes para
escrever o que vê.
- Torne o “olhar” e “ver” uma situação agradável, sem pressionar.
OBS: Deve-se evitar fazer tudo pela criança com baixa visão

 para que ela não se canse ou se machuque. Ela deve ser
responsável pelas próprias ações.
NÃO ÓPTICOS PARA BAIXA VISÃO
Os recursos não ópticos são aqueles que melhoram a função

 visual sem o auxílio de lentes ou promovem a melhoria das
condições ambientais ou posturais para a realização das tarefas
(podem ser efetuados pelo professor).
 (K.José et al). Os meios para que se consiga esta melhora
 são:
- Trazer o objeto mais próximo do olho, o que aumenta o

 tamanho da imagem percebida (ou seja, deixe a criança
aproximar o objeto do rosto ou aproximar-se para observar algo,
 como por exemplo, a lousa ou a TV);
- Aumentar o tamanho do objeto para que ele seja percebido.
CARACTERÍSTICAS DE MATERIAL IMPRESSO PARA BAIXA

VISÃO
- Desenhos sem muitos detalhes (muitos detalhes confundem);
- Uso de maiúsculas;
- Usar o tipo (letra) Arial;
- Tamanho de letra em torno de 20 a 24 (ou seja, ampliada);
- Usar entrelinhas e espaços;
- Cor do papel e tinta (contraste).
FORMAS DE AMPLIAÇÃO
- Fotocopiadora;
- Computador;
- Ampliação à mão: é a mais utilizada e deve seguir requisitos como

 tamanho, espaços regulares, contraste, clareza e uniformidade dos
caracteres.
MATERIAIS
- Lápis 6B e/ou caneta hidrográfica preta;
- Cadernos com pautas ampliadas ou reforçadas;
- Suporte para livros;
- Guia para leitura;
- Luminária com braços ajustáveis.
MAIS SUGESTÕES
Nos CAPES pode ser encontrado o caderno com pauta ampliada

(mais larga) para alunos com baixa visão; mas também pode ser
confeccionado utilizando o próprio caderno do aluno riscando
 com uma caneta hidrocor preta uma linha sim, outra não. Como
 normalmente os cadernos encontrados hoje em dia as linhas são
 claras, não haverá problema pois, normalmente o aluno não
consegue enxergar as linhas mais clara somente as mais escuras
 e ele poderá escrever no espaço entre elas (no caso utilizando
 2 linhas).


Para alguns alunos é necessário um espaço maior entre
 as linhas; como não encontramos este tipo de caderno no
 mercado pode-se utilizar caderno de desenho ou encadernar
 um maço de sulfite, colocando capas (frente/verso) e em seguida
 traçar as linhas mais espaçadas, como no exemplo abaixo 5 cm,
 folha por folha (com lápis 6B) de acordo com a necessidade do
 aluno. As mães costumam colaborar quando orientadas nest
e sentido.

Caso o aluno apresente além da baixa visão, uma
dificuldade motora, pode-se utilizar de letras móveis e
 letras recortadas em papel para que o aluno cole-as no
 caderno, formando palavras, ao invés de escrever.


Para evitar o cansaço de estar constantemente com
 o rosto sobre o caderno, pode-se utilizar um suporte
para leitura encontrado em casas que trabalham com
artigos para deficientes visuais. Pode ainda ser confeccionado
 ou ser utilizados livros, como suporte, embaixo do
 carderno para que este possa ficar mais elevado.


O professor pode ainda confeccionar esta grade para
 facilitar a escrita do aluno com baixa visão. Pode ser
 utilizado uma lâmina de radiografia, como na foto, do tamanho
 da folha do caderno e com a mesma medida das linhas ou
 ainda em papel cartão com cores que contrastem com o fundo
 branco da folha do caderno. Para a leitura pode ser confeccionado
 no mesmo modelo, uma guia para leitura utilizando-se somente
uma linha vazada e à medida que o aluno vai lendo a guia vai
 sendo deslocada para a linha de baixo, o que evita que ele se
 perca durante a leitura.

O professor também pode se utilizar dos encartes
 que contém figuras grandes para trabalhar com o
 aluno com baixa visão para reconhecimento dos produtos
 e palavras conhecidas bem como com rótulos de embalagens
 que são utilizados em seu dia-a-dia. A medida que ele vai
 aprendendo a ver começará a identificar figuras cada vez
 menores.

O aluno pode recortar o produto que identificou
 visualmente e nomeá-lo.
Posteriormente pode colocar as figuras em ordem
alfabética criando um livrinho.

Pode-se ainda trabalhar com jogos pedagógicos.

OBS: O professor deverá identificar o tamanho de
letra que a criança consegue enxergar para realizar as
 atividades, caso contrário não se sentirá motivado a realizar
 as tarefas. O professor deve estar atento pois este pode ser
 um dos motivos pela falta de interesse e indisciplina do aluno.
 Retirado do blog Deficiência visual e educação


Orgulho de ser educadora!

Em meios a tantas polêmicas sobre a valorização de profissionais na educação, recebemos a visita em nossa sala de recursos de um ex-aluno de EJA, sr. Irineu Honorato, que nos contava que está cursando o último ano no curso de direito. Este fato nos encanta e nos dá energia para acreditar que é este o caminho para enfrentar as adversidades. Somos mais que alguns fatos isolados negativos, fazemos parte da construção efetiva dos que sonham com um mundo melhor para si e para os seus. Somos semeadores de vida, de futuro. E não tem nenhuma pessoa realizada profissionalmente, que não tenha passado por nós professores. Tenho orgulho de ser uma educadora.

Tecnologias assistivas

Tecnologias e recursos materiais que podem ser utilizados 
Quando falamos em tecnologias e recursos que auxiliam a criança ou adolescente com deficiência na sala de aula, devemos lembrar que eles não são recursos que magicamente farão o aluno superar suas dificuldades. Qualquer que seja o auxílio pensado, sempre passa pela percepção que o professor tem sobre as dificuldades e possibilidades de seu aluno. O auxílio só faz sentido a partir desta relação. Por isso, dizemos que não há regras, existem sugestões para ajudar o professor a pensar em possibilidades, mas isto sempre será posterior a este primeiro contato e conhecimento prévio do professor em relação a criança ou adolescente. 
Os alunos com deficiências geralmente usam os mesmos recursos materiais que os demais alunos. Existem, no entanto, adaptações que podem ser necessárias para facilitar a realização de atividades para quem possui alguma limitação motora, sensorial ou cognitiva. Esses recursos são chamados de “ajudas técnicas” ou “tecnologias assistivas”. 
Infelizmente, esses recursos são caros para a maioria das pessoas com deficiência. É aí que entra a criatividade da professora que engrossa o lápis com fita adesiva para que o aluno possa segurá-lo melhor e, sem saber, também está fazendo tecnologia assistiva, por exemplo. 

Lembre-se que: • as adaptações devem auxiliar o aluno e o professor; 
• a necessidade de cada aluno com deficiência é única ; portanto, a família e ele mesmo devem participar da criação e da escolha dos recursos que podem ajudá-lo; 
• o recurso deve sempre ser reavaliado pelo aluno e pelo professor, para ter certeza de que está realmente sendo útil e como pode ser aprimorado ou substituído; 
• as adaptações também podem servir para facilitar o uso do banheiro, da cozinha ou do refeitório, do pátio, das quadras, dos parques, dos auditórios, das salas de aula e de informática, ou seja, todos os ambientes escolares freqüentados pelos alunos podem necessitar de adaptações. 
Muitas vezes, nós, professores — depois de algumas tentativas frustradas com o aluno com deficiência — acabamos concluindo, erroneamente, que a criança não tem condições de aprender. 
Nesses momentos, é bom lembrar que cada caso é um caso. Confie na sua criativi­dade, no seu bom senso e, principalmente, na opinião do aluno. Se não conseguir resolver a dificuldade, talvez seja interessante buscar a opinião de profissionais da área de reabilitação ou especializados em educação de crianças com deficiência. Pessoas com formações diversas podem abordar a dificuldade sob perspectivas diferentes, o que pode ser útil em situações mais complexas. 
Ao observar um aluno, não olhe apenas as dificuldades. É importante verificar as habilidades e as formas que ele usa para vencer desafios. Se achar que vale à pena mudar ou incrementar essas estratégias, converse com o aluno e, acima de tudo, respeite a opinião dele 

Como saber qual é o recurso que seu aluno precisa? 

Aqui vão algumas sugestões, baseadas na experiência de outros professores: • Observe o aluno durante as aulas, o intervalo, a hora da entrada e saída e demais atividades escolares. Preste atenção nas dificuldades e soluções que ele adota para lidar com suas limitações; 
• Converse com o aluno e pergunte se ele acha que precisa de outros recursos; 
• Avalie e defina com o aluno quais as atividades que podem ser facilitadas com uso de materiais pedagógicos adaptados ou tecnologias assistivas para as atividades da vida diária; 
• Converse com o aluno, sua família e colegas de sala para encontrar soluções. Converse com outros profissionais que também trabalham com o aluno; 
• Pesquise produtos disponíveis no mercado, materiais e objetos baratos que podem ajudar a desenvolver habilidades. Pense nas formas de construir este objeto; 
• Considere todas as opiniões, especialmente, as do aluno, e faça a escolha, considerando os recursos financeiros. Desenhe as propostas ou faça um modelo, se for possível; 
• Faça parcerias com a comunidade: faculdades, escolas SENAI, marcenarias, oficinas de costuras, metalúrgicas, que podem ajudar a desenvolver e construir o equipamento; 
• Em conjunto com o aluno, escolha o melhor processo de confecção do equipamento; 
• Incorpore o recurso às atividades escolares, observe e pergunte ao aluno sobre como se sente; 
• Verifique se o objeto cumpriu plenamente sua finalidade e se as condições do aluno mudam com o tempo, ou se é necessária alguma mudança. 

É importante relembrar que as tecnologias assistivas vão desde uma fita crepe colocada nos cantos do papel para que a folha não escorregue com os movimentos involuntários de um aluno com deficiência motora, a criação de um jogo da memória com desenhos feitos em relevo (com cola plástica, dentre outras alternativas) até um software adaptado para que os cegos possam ter acesso ao computador. Portanto, não se assuste professor! Uma boa dose de criatividade fará com que você encontre soluções simples para facilitar o aprendizado de seus alunos. 
Caso não disponha de nenhum recurso material, você pode pedir para que um outro aluno segure a folha para que a pessoa com deficiência motora possa fazer sua atividade. O importante é que, mesmo sem recursos, você encontre soluções para que seu aluno possa acompanhar as atividades da sala de aula. O que conta verdadeiramente é a sensibilidade do professor em relação ao aluno e a disponibilidade para encontrar soluções que o ajudem. 

Equipamentos que todos podem aprender a usar 

Recursos para Deficientes visuais: 
• Reglete (tipo de régua para se escrever em braile) - O papel fica preso entre essa régua e um pedaço de madeira. Com a punção (um pino com ponta de metal afiada) faz os buraquinhos que formarão as palavras em alto relevo do lado do avesso. A escrita é feita da direita para a esquerda e a leitura da esquerda para a direita; 
• Punção é o lápis - ou a caneta da pessoa cega; 
• Máquina braile - é a máquina de escrever usada pelas pessoas cegas. Possui nove teclas. Para digitar, basta fazer as combinações de pontos em relevo, pressionando as teclas; 
• Mapa tátil para ensinar geografia e informar sobre a localização de lugares para pessoas cegas. Pode ser feito recobrindo-se os mapas comuns com materiais com texturas diferentes ou com areia, argila, massinha etc.; 
• Lupas, lentes de aumento e réguas de leitura. 
• Soroban - é um instrumento de cálculo de origem oriental, formado por continhas de madeira ou de plástico enfiadas em arames. Ele é vantajoso como material de apoio ao ensino da matemática por ser um recurso tátil, de fácil manejo e de custo reduzido. Com ele o estudante aprende concretamente os fundamentos da matemática, as ordens decimais e seus respectivos valores, as quatro operações e mesmo cálculos mais complexo. 

Recursos para os Surdos 
Os surdos baseiam-se também nas pistas visuais. 
A utilização de recursos visuais adequados facilita a compreensão do que está sendo ensinado. Alguns desses recursos são: objetos, filmes, fitas de vídeo, fotos, gravuras de livros e revistas e desenhos etc A escrita e ainda o uso da língua de sinais, da mímica, da dramatização, de expressões faciais e corporais de gestos naturais e espontâneos ajudam a dar significado ao que está sendo estudado. 

A criança surda e a comunicação 
• Alguns pais preferem que seus filhos aprendam a falar, outros preferem que aprendam a Língua Brasileira de Sinais, chamada também de Libras. Há os que querem que seus filhos aprendam ambas as línguas; 
• Não devemos esquecer que a própria criança ou adolescente tem o direito de escolher qual o tipo de comunicação que prefere utilizar. Alguns sentem-se mais à vontade para se expressarem através da língua de sinais, e outros através da língua portuguesa. Isto deve ser respeitado; 
• Para que possa expressar seus desejos e suas necessidades, a criança surda deve aprender algum tipo de linguagem; 
• A escola precisa preparar a criança surda para a vida em sociedade, oferecendo-lhe condições para aprender um código de comunicação que permita sua participação na sociedade; 
• Jogos, desenhos, dramatizações, brincadeiras de faz-de-conta, histórias infantis ajudam a aquisição da linguagem e a aprendizagem de conceitos e regras de um código de comunicação. 

Recursos para deficiência motora 
A crianças com deficiência motora têm dificuldade para segurar o lápis e coordenar os movimentos podem ter maior independência com a utilização de algumas adaptações nos materiais escolares. 

Experimente: 
• Os lápis podem ter seu diâmetro engrossado por várias camadas de fita crepe, argila, espuma, massa do tipo epóxi ou outro material; 
• Evitar o uso de cadernos que são difíceis de fixar na mesa; prefira a folha solta de tamanho A4 ou papel manilha (papel de embrulho); 
• Prender o papel nos quatro can­tos com fita crepe larga e que suporte os movimentos de traça­do da criança; 
• Atividades preparadas pelo professor com traçado grosso feito com pincel atômico em tamanho grande para melhor visualização, per­cepção e entendimento da criança; 
• Traçados de desenhos, letras, números feitos na cor preta em papel branco; 
• Prancha elevatória para aproximar a folha, caderno, livro, etc e melhorar visualização e manipulação do aluno; 
• Para a criança na fase de construção da escrita, faça linhas com pincel atômico e espaço entre linhas de acordo com o tamanho da letra do aluno. O espaço entre as linhas pode ser diminuído gradativamente; 
• Para a criança com dificuldade de percepção espacial (não consegue encontrar determinada letra no meio de outras, perdendo-se e frustando-se), experimente isso: numa tira de cartolina ou papel cartão nas cores branca ou preta, faça um buraco retangular de tamanho suficiente para destacar uma letra ou número. Basta deslizar a janela sobre o papel para o aluno localizar e reconhecer letra ou número. 

Fonte: SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Estratégias e orientações pedagógicas para a educação de crianças com necessidades educacionais especiais: dificuldades acentuadas de aprendizagem: deficiência física. [livro] Brasília:MEC;SEESP,2002, P. 69. 

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Amanda Gurgel

Estatutos do Homem - Thiago de Mello

Os Estatutos do Homem (Acto Institucional Permanente)
Thiago de Mello, Santiago do Chile, Abril de 1964

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade. Agora vale a vida e, de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro dasombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da
justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para
sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela. Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.
Artigo Final
Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.